Práticas desenvolvidas pelo agronegócio brasileiro podem ser utilizadas por outros países para garantir a sustentabilidade na produção agropecuária
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A sustentabilidade do agronegócio brasileiro foi um dos destaques da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP-26), durante o painel “Accelerating a just rural transition to sustainable agriculture” (acelerando a transição rural para a agricultura sustentável, em tradução do inglês). A COP-26 acabou em novembro.
Na oportunidade, o secretário de Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Fernando Camargo, destacou que a agricultura brasileira é movida a ciência. “Nos últimos 50 anos, está em desenvolvimento um modelo de agricultura tropical baseado em pesquisa e inovação”, ele afirmou.
Camargo ressaltou que isso permitiu que o Brasil passasse de um importador de produtos agrícolas para se tornar o terceiro maior exportador global de alimentos, fibras e bioenergia. Para continuar expandindo a sua produção, “o Brasil não precisa derrubar nenhuma árvore de forma ilegal”, garantiu o secretário.
O Programa Agricultura de Baixa Emissão de Carbono (Plano ABC) foi criado em 2010, oferecendo uma linha de crédito para financiar práticas sustentáveis na produção agropecuária. Em dez anos, a ação conseguiu implantar seis tecnologias descarbonizantes em mais de 52 milhões de hectares e evitou a emissão de mais de 170 milhões de toneladas de carbono.
O secretário lembrou o lançamento recente da segunda fase do programa, rebatizado de Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (Plano ABC+). A nova política amplia as metas anteriores e pretende implantar técnicas sustentáveis em 72 milhões de hectares, com a meta de reduzir a emissão de carbono em 1,1 bilhão de toneladas no setor agropecuário até 2030.
A nova fase do Plano ABC pretende adotar novas tecnologias e uma abordagem integrada da paisagem. De acordo com o secretário, a continuidade do programa, “além da produção sustentável, também promove a regularização fundiária, a preservação da biodiversidade e a conservação ambiental”.
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“A agricultura é parte da solução”, considerou o secretário. Camargo ressaltou que todos os produtores devem ter acesso às melhores práticas, para que o mundo possa “colher os impactos positivos que agricultura pode ter para o desenvolvimento sustentável e as mudanças climáticas”.
Dessa maneira, o Brasil pretende compartilhar a sua experiência com tecnologias sustentáveis na produção agropecuária com o mundo, especialmente com países africanos que estão no mesmo cinturão tropical. A experiência brasileira conseguiu transformar solos ácidos e pobres em terras férteis, permitindo adaptar diversas culturas importantes no País.
Em outubro, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) participou de um encontro promovido pelo Ministério das Relações Exteriores com representantes de 32 países da África, para estimular a cooperação tecnológica. Atualmente, os brasileiros participam de 75 projetos em desenvolvimento no continente africano.
Entre as práticas de sustentabilidade que tiveram sucesso no Brasil e estão sendo compartilhadas em outros países, estão a recuperação de pastagens degradadas, os sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), o Sistema Plantio Direto (SPD), as florestas plantadas, a fixação biológica de nitrogênio e o tratamento de dejetos animais.
Fonte: Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2021 (COP-26), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).