Cigarrinha-do-milho: população quase triplicou em 2 anos

31 de março de 2023 4 mins. de leitura
Cigarrinhas-do-milho afetam o crescimento das plantas e derrubam a produtividade nos milharais

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A população de cigarrinhas-do-milho aumentou 177% nos últimos dois anos, causando prejuízos significativos em milharais, segundo uma pesquisa do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg). A praga pode gerar doenças que prejudicam o desenvolvimento das plantas, resultando na diminuição da produção.

Elas são responsáveis pela transmissão de enfermidades que afetam o desenvolvimento das plantas, como o complexo de enfezamento, que pode causar perda de espigas e diminuição na produtividade. Além disso, as cigarrinhas-do-milho sugam a seiva vegetal, o que enfraquece a planta, afetando o crescimento e o tamanho das espigas.

A praga pode comprometer a qualidade dos grãos e aumentar os custos de produção, já que pode ser necessário usar defensivos agrícolas e outros insumos para controlar a presença dela. Por isso, é fundamental adotar medidas de prevenção adequadas e monitorar regularmente as lavouras, para evitar prejuízos causados pelos insetos.

Projeto Alerta Cigarrinha

Armadilhas feitas para capturar cigarrinha-do-milho, feita em uma folha quadriculada amarela
Armadilhas fornecem retrato da incidência de pragas em milharais. (Fonte: Adapar-PR/Divulgação)

Para mitigar os danos causados pelo enfezamento na produtividade da cultura do milho, instituições de pesquisa e setores da agricultura se uniram para criar o Projeto Alerta Cigarrinha. A iniciativa busca monitorar a população da praga por meio de 65 armadilhas distribuídas em sete regiões do município de Marechal Cândido Rondon (PR).

Durante as fases críticas de desenvolvimento da cultura, são coletadas amostras de cigarrinhas para verificar a contaminação pelos agentes dos enfezamentos. Os resultados do monitoramento são disponibilizados semanalmente para auxiliar a assistência técnica e agricultores na tomada de decisões em relação ao controle das cigarrinhas.

No boletim divulgado na segunda semana de fevereiro deste ano, apenas 3% das armadilhas não detectaram o inseto, indicando alto índice de presença da praga nas lavouras. O projeto notou redução de 31% na média de cigarrinhas-do-milho capturadas por armadilhas. Na avaliação de pesquisadores, isso pode significar uma migração devido à oferta de milho novo.

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O que controla a cigarrinha-do-milho?

Milharal com algumas plantas afetadas pela cigarrinha-do-milho
Monitoramento de pragas em milharais é fundamental para evitar perdas na lavoura decorrentes da cigarrinha. (Fonte: Adapar-PR/Divulgação)

O controle da cigarrinha-do-milho nas lavouras deve ser realizado com o manejo integrado. As medidas para evitar esses insetos começam com o tratamento de sementes com inseticidas e passam pela higiene do local de armazenamento dos insumos. Rotação de cultura e eliminação de plantas daninhas também são ações recomendáveis para reduzir a presença do inseto.

Produtores devem eliminar as ervas daninhas e manter vigilância constante no milharal, com armadilhas para monitorar a incidência da cigarrilha-do-milho na plantação. A partir disso, o controle químico com defensivos agrícolas por profissionais habilitados pode ser adotado com mais assertividade, economia e eficiência.

O manejo integrado também abrange a eliminação de milhos tigueras presentes em plantações de soja. Como muitas fazendas usam a mesma área para implantar milharais, isso evita atrair a praga para o local. Outra medida importante é realizar a semeadura sincronizada do milho na região para ajudar a reduzir a concentração das cigarrinhas na zona de cultivo.

Fonte: Gestão Pecuária, Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Alerta Cigarrinha

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