Entenda quais foram os fatores que provocaram a queda da venda de peixes em 2022
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Segundo estimativa da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), a venda de peixes durante o feriado de Páscoa de 2022 foi 20% menor do que no ano anterior. O segmento de peixes de água doce não ficou imune aos problemas que têm encarecido os alimentos, e a disparada do preço da soja e do milho por causa do confronto no Leste Europeu elevou o valor da maioria das espécies consumidas no Brasil.
Os grãos são o principal componente da ração dos peixes de criação, e a alimentação deles representa cerca de 75% do custo da produção. Segundo a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), o preço da ração subiu 40% desde o ano passado.
O valor dos combustíveis também foi um problema e elevou o custo dos fretes em todo o País, tornando-se mais um elemento para compor o preço alto dos peixes. Essas altas afetaram também o valor dos produtos pescados na natureza.
O alto custo de produção somado ao achatamento do poder de compra dos brasileiros fez que nem todos os custos tenham sido repassados ao consumidor. Com isso, muitos produtores têm trabalhado com margens de lucro menores do que o habitual, mas mesmo assim as vendas foram decepcionantes.
Um levantamento da Associação Paulista de Supermercados (Apas) comparou os preços dos principais peixes vendidos nos mercados brasileiros com a base de dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e indicou uma série de aumentos nos últimos 12 meses. A merluza teve aumento de 20,87% no período, o cação subiu 18,19% e o bacalhau, 15,82%. A sardinha, com 7,14%, foi o pescado com a menor variação.
Com os preços em alta, muitos consumidores que mantêm a tradição de comer peixes durante a quaresma optaram por itens de menor qualidade. Segundo a Abipesca, alguns dos mais vendidos foram lascas de bacalhau em vez do peixe inteiro e espécies semelhantes. Também houve procura por pescados em conserva e carne de frango.
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No primeiro trimestre de 2022, as exportações de peixes chegaram a ser 46% maiores, em toneladas, do que no mesmo período de 2021. No total, 2,5 mil toneladas foram vendidas entre janeiro e março deste ano, gerando receita de US$ 7 milhões. Com o aumento dos preços, as vendas atingiram ganho financeiro de 119%.
A espécie campeã de produção e exportação continua sendo a tilápia, que representa 97% dos peixes exportados pelo País. O crescimento entre o primeiro trimestre de 2022 e o mesmo período de 2021 foi de 166%.
Outra espécie que tem se destacado entre os produtores é o tambaqui, que, apesar de ainda não ser relevante nas exportações, tem grande potencial devido ao baixo custo de produção. A partir do melhoramento genético, por exemplo, esse peixe pode se tornar uma commodity, ganhando da tilápia nas exportações.
Fonte: Summit Agro Estadão