Aumento no preço de grãos e queda no consumo de carne de porco têm desfavorecido a balança de troca no agronegócio
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A suinocultura brasileira tem sentido os efeitos da pandemia do novo coronavírus durante os últimos meses. As medidas de isolamento social tem causado a queda no consumo de porco no mercado interno e, além disso, o aumento nos preços de aquisição de ração prejudicam a balança comercial dos produtores.
Desde o segundo semestre de 2019, a aquisição de grãos essenciais para a alimentação dos porcos, como a soja e o milho, tornou-se um procedimento complicado dado as constantes alterações de preços causadas pela flutuação do dólar e diminuição da oferta desses produtos.
O aumento da temperatura nas cidades brasileiras nas últimas semanas de setembro e a redução do poder aquisitivo da população durante o fim do mês tem mantido a suinocultura estabilizada nas bolsas de valores estaduais, informou a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
O único mercado que fechou setembro em alta foi o do Rio Grande do Sul, onde o quilo do porco alcançou a marca de R$ 7,35 — 1,4% maior que no restante do mês.
No interior de São Paulo, a relação de troca de suíno-milho e suíno-farelo segue em alta de acordo com os dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o que significa uma perda do potencial aquisitivo por parte dos produtores de carne de porco.
O início do ano já demonstrava um cenário complicado para o mercado. Entre janeiro e abril de 2020, o Cepea registrou uma queda de 30,1% no preço real do suíno vivo no Brasil, que passou de R$ 5,77/kg para R$ 4,03/kg.
Um dos elementos que têm ajudado a equilibrar a balança comercial dentro da suinocultura é o aumento de exportações de carne de porco para a China desde 2019. Os quatro primeiros meses de 2020 foram marcados pelo crescimento de 153,5% das exportações de carne suína fresca, refrigerada ou congelada para os asiáticos.
Os chineses sofreram com a perda de grande parte do rebanho de suínos acometidos pelo surto de Peste Suína Africana (PSA) que atingiu a região em 2019, o que os obrigou a estar mais ativo no mercado para a aquisição da carne do animal.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) também informou em 2019 que o Brasil quebrou o recorde de exportações de carne suína em toda a sua história. As 750,3 mil toneladas enviadas ao exterior no ano representaram um crescimento de 39% em comparação com 2018 e geraram cerca de US$ 1,49 bilhão para os produtores brasileiros.
Os números seguiram aumentando em 2020. Somente nos quatro primeiros meses do ano, o Brasil já havia exportado 181 mil toneladas pelo valor de US$ 452 milhões — 59% maior que o mesmo período de 2019. A expectativa é de que o saldo siga positivo, e o país supere o recorde pelo segundo ano consecutivo.
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Fonte: Fazcomex, Suinocultura Industrial e Notícias Agrícolas.