Clima adverso prejudica produtividade de laranjais brasileiros e americanos
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A produção do suco de laranja no Brasil apresentará uma forte queda de 32% na safra 2020/21. Segundo estimativa da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), o País deverá produzir apenas 817 mil toneladas, frente às 1,2 milhões de toneladas produzidas em 2019/20.
Nos Estados Unidos, a expectativa também é de redução. O último relatório semestral do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (DAEU), divulgado em fevereiro, espera a fabricação de 250 mil toneladas de suco, o que significa uma retração de 16%.
Os dois países são os maiores produtores globais de suco de laranja e sofrem com a limitação na disponibilidade da fruta para processamento. A situação ocorre devido a uma baixa produtividade decorrente de fatores climáticos adversos nas regiões que concentram os pomares no Brasil e nos Estados Unidos (EUA).
A safra de laranja 2020/21 do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo-Sudoeste Mineiro, segundo o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), encerrou-se em 268,63 milhões de caixas de 40,8 quilos, um volume 30,55% menor do que na temporada anterior.
A queda de produção é explicada pela forte influência negativa do clima ao longo da safra. Além disso, também contribuiu para a redução o fato de que as laranjeiras chegaram à época do florescimento, na primavera de 2019, com suas reservas em níveis mais baixos, pois foram gastas na temporada anterior, quando houve um aumento expressivo da produtividade.
Segundo informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as chuvas abaixo da média fez os produtores anteciparem a colheita antes do tamanho e da maturação ideais, prejudicando a qualidade e dificultando o escoamento dos frutos.
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De acordo com a estimativa preliminar do USDA, a colheita em São Paulo e no Triângulo Mineiro deve totalizar 315 milhões de caixas de 40,8 quilos na safra 2021/22, um crescimento de 17% frente à temporada anterior. Apesar disso, o aumento não significa uma retomada do potencial produtivo, pois as condições climáticas continuarão impactando de forma negativa as regiões.
Os estoques de suco no início da safra 2021/22 ficarão entre 240 e 280 mil toneladas em julho/21, conforme estimativas da CitrusBR, um resultado que se encontra superior ao patamar estratégico. No entanto, a temporada restrita de laranja poderá limitar o volume dos estoques de suco no final da safra em junho de 2022.
As incertezas quanto ao volume de produção da fruta e o ritmo ainda lento de negociações para o processamento na nova temporada geram dúvidas no mercado quanto à cotação da laranja. Porém, o preço pago ao produtor deve continuar firme, uma vez que a demanda industrial deverá seguir em alta.
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Fonte: Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), Portal DBO, Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).