Altas nas vendas e um mercado doméstico aquecido reduziram o estoque da soja para este ano
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A soja é um dos produtos agrícolas mais produzidos e exportados pelo Brasil. A leguminosa manteve o protagonismo em 2020, mesmo tendo que lidar com as complicações e limitações da pandemia do novo coronavírus.
O Brasil apresentou um recorde na exportação de farelo do grão, negociando cerca de 16,9 milhões de toneladas para países como Indonésia, Tailândia, Países Baixos, Alemanha, França, Coreia do Sul e outros.
Em um âmbito geral, o complexo soja (que é a soma do farelo, grão e óleo) significou 35% da exportação do agronegócio brasileiro em 2020, faturando US$ 35,2 bilhões na venda de cerca de 101 milhões de toneladas para o exterior.
O Brasil vive momentos de expectativa para a soja, com promessas de alta na produção e na demanda. Isso porque órgãos como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) preveem uma produção recorde para a safra 2020/2021 de, respectivamente, 134,5 milhões de toneladas (+7,7%) e de 133 milhões de toneladas (+5,6%).
Ainda assim, a alta produção não deve refletir em um estoque abundante. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da USP, um dos motivos para isso foi o fato dos sojicultores já terem negociado cerca de metade da produção no mercado futuro do ano passado, aproveitando o alto preço da leguminosa.
Além da exportação, o mercado doméstico também deve continuar sendo bastante ativo neste ano, com expectativa de aumento na demanda do farelo do grão e um recorde no consumo industrial brasileiro de óleo de soja, que deve atingir os 3,9 milhões de toneladas.
Como consequência da alta exportação feita em 2020 e de um cenário doméstico e exterior com forte demanda da soja, o estoque do grão deve permanecer bastante reduzido neste ano. Por conta disso, Victor Ikeda, analista de grãos do Rabobank, defende a ideia de que os preços devem permanecer mais altos.
Caso as promessas produtivas brasileiras não vinguem, o mercado exterior deve virar os olhos para Chicago. A região dos Estados Unidos deve ter um aumento nas cotações, ainda mais com o acordo comercial assinado entre China e Estados Unidos.
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Fonte: Money Times.