Preços internacionais elevados e câmbio atrativo favorecem a rentabilidade positiva e o aumento de exportações de soja em 2022
Publicidade
Conheça o mais relevante evento sobre agronegócio do País
A safra de soja de 2021/2022 deverá ter uma produção de 141,26 milhões de toneladas, segundo estimativas divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O volume representa um crescimento de 3,9% em relação à safra anterior, quando foram produzidas 136 milhões de toneladas do grão.
Com a estimativa de aumento da demanda chinesa e o câmbio favorável, as exportações devem passar de 83,42 milhões de toneladas, em 2021, para 87,58 milhões de toneladas, em 2022 — um incremento de mais de 4% nos embarques.
Dessa forma, o Brasil continuará a ocupar o posto de maior produtor e exportador mundial de soja, seguido pelos Estados Unidos e pela Argentina. Os embarques brasileiros respondem por, aproximadamente, metade de todo o comércio global do grão.
A Conab estima que a área plantada de soja deve aumentar 3,6%, alcançando quase 40 milhões de hectares na temporada que se inicia em setembro de 2021. A produtividade das lavouras terá uma leve melhora, de 0,29% a mais que a safra anterior, e foi estimada em 3.539 kg/ha em 2022.
O crescimento aparentemente baixo da produtividade reflete o alto padrão de tecnologia da sojicultura e uma postura conservadora na análise, afirma o gerente de Inteligência e Análise Econômica da Conab, Fernando Motta. Dessa forma, o resultado pode ser melhor após o início do plantio e a verificação das lavouras.
Leia também:
Por que a soja é negociada no mercado spot?
Em busca da soja mais proteica
Agroindústria é a principal responsável pela expansão da soja
Apesar do aumento da produção brasileira de soja na próxima temporada, o balanço global entre a oferta e a demanda continuará apertado. Isso acontece devido aos baixos estoques causados pela frustração da safra 2021/2022 nos Estados Unidos, contribuindo para a sustentação dos atuais preços elevados da commodity.
No mercado doméstico, a demanda de esmagamento do grão deve crescer de 46,5 milhões de toneladas, para 51,47 milhões de toneladas, caso seja confirmado pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) o aumento de concentração do percentual no biodiesel de B13 para B14.
Dentro desse cenário, com as perspectivas da manutenção da valorização internacional e o real desvalorizado em relação ao dólar, os preços nacionais devem continuar em um patamar elevado.
O valor estimado pelo órgão para a saca de 60 kg de soja no Mato Grosso, deve ficar em R$ 142,59, com limite inferior em R$ 116,89 e superior em R$ 168,29. Com isso, as margens brutas em relação ao custo variável devem ficar entre 54,34% e 68,18% na projeção do modelo neutro da Conab para o estado.
Provavelmente haverá condições suficientes de chuva para o plantio de soja nesta safra, especialmente na virada do mês de outubro, dando condições para que a semeadura aconteça de forma normal ou até antecipada. Essa é a avaliação do gerente de Inteligência de Mercado, Cleiton Gauer, do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea).
Apesar disso, as previsões meteorológicas mostram que os efeitos do La Niña poderão provocar poucas chuvas na Região Sul. A estiagem deve perdurar de setembro até novembro, no entanto, podem ser intercalados com temporais de dois a seis dias. Essa irregularidade pode impactar a produtividade das lavouras.
Fonte: Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).