Saca do milho ultrapassa R$ 100 e deve sustentar alta

11 de maio de 2021 4 mins. de leitura
Problemas climáticos, dólar elevado, redução de estoque dos Estados Unidos e retomada chinesa afetam valor

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O preço da saca de 60 quilos de milho ultrapassou a marca histórica de R$ 100 no Paraná e em Campinas durante o mês de abril. O grão teve valorização de mais de 20% nos últimos dois meses, segundo o indicador Esalq/BM&Bovespa, mantido pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) espera que sejam colhidos quase 109 milhões de toneladas de grão durante a safra 2020/21, um crescimento de 6,3% em relação ao período anterior. O resultado é fruto principalmente do aumento de 7,9% da área de plantio da safrinha.

Apesar do volume recorde da safra, o mercado espera que a alta do cereal seja sustentada devido aos problemas climáticos no Brasil que afetam a disponibilidade do produto, além do aumento de exportações provocadas pelo dólar elevado, a forte redução dos estoques nos Estados Unidos e a retomada de compras pela China.

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Impacto do preço do milho

Grão é a base da ração de bois, frangos e suínos. (Fonte: Shutterstock/Fotokostic/Reprodução)
Grão é a base da ração de bois, frangos e suínos. (Fonte: Shutterstock/Fotokostic/Reprodução)

O preço do milho tem um impacto relevante nos custos de produção da pecuária, o que pode comprometer a rentabilidade da atividade. O valor da saca do cereal dobrou nos últimos 12 meses, de acordo com o Cepea. Enquanto isso, o boi, o porco e o frango congelado subiram cerca de 50%, e o leite teve uma valorização pouco maior que 10%.

O cenário de valorização e de escassez do grão levou a Câmara de Comércio Exterior (Camex) a suspender a alíquota do imposto de importação de milho até o final de 2021. A medida também será aplicada na soja em grão, óleo e farelo. 

A mesma decisão já havia sido tomada em 2020, quando a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho) considerou que a suspensão da taxa teria pouco efeito. A Abramilho defende o livre mercado para importações, exportações e que os problemas climáticos impactam na produção do grão. Um relatório recente da entidade em parceria com a Céleres alerta para os efeitos que a estiagem pode ter sobre a produtividade da segunda safra de milho.

Colheita da safra de verão

A colheita da safra de verão avança, mas o valor do cereal deve seguir em alta. (Fonte: Shutterstock/mihalec/Reprodução)
A colheita da safra de verão avança, mas o valor do cereal deve seguir em alta. (Fonte: Shutterstock/mihalec/Reprodução)

O levantamento da consultoria Safras & Mercado aponta que a colheita da safra de verão 2020/21 de milho no Brasil atingiu 78,6% da área estimada de 4,353 milhões de hectares até a metade do mês de abril. 

No mesmo período do ano passado, a colheita atingiu 76,6% da área estimada de 4,119 milhões de hectares. A média de colheita nos últimos cinco anos para o período é de 79,6%.

Os trabalhos estão mais avançados na Região Sul do Brasil: o Paraná colheu 94,7% da área estimada; o Rio Grande do Sul, 94,3%; e Santa Catarina, 90,4%. A colheita está 90,5% em São Paulo, 72,3% em Mato Grosso do Sul, 58,9% em Goiás/Distrito Federal, 46,8% em Minas Gerais e 67% em Mato Grosso.

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Fonte: Money Times, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Agência Safras, Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), Agrolink, Mais Soja, Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). 

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