Cotações da soja e do milho superam máximas históricas

16 de abril de 2021 4 mins. de leitura
À medida que a colheita avança, soja alcança a melhor cotação dos últimos 15 anos, enquanto o milho, que está em fase de plantio, tem o maior preço desde 2004

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A soja e o milho voltaram a ter um forte movimento de alta no mercado e alcançaram valores históricos no mercado nacional. Nessa safra, os cereais devem registrar também uma supersafra e recorde de produção, de acordo com estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A cotação da saca de 60 quilos da soja no Porto de Paranaguá chegou a R$ 179,83 em março, o maior preço pago desde 2006, quando o Centro de Estudos e Pesquisa Aplicada (Cepea) começou a acompanhar o mercado baseando-se no Indicador Esalq/BM&FBovespa. Segundo a Conab, o Brasil deve produzir 135 milhões de toneladas na safra 2020/21, apresentando um aumento de 6% em relação ao período anterior.

Já o milho teve a saca de 60 quilos cotada a R$ 93,85 pelo Indicador Esalq/BM&FBovespa, o maior preço registrado nos últimos 17 anos da série histórica mantida pelo Cepea. Em 2020/21, a Conab estima que os produtores deverão colher 108 milhões de toneladas do cereal, uma alta de 8,2% comparada à safra anterior.

No entanto, produtores têm enfrentado problemas nas lavouras e na distribuição dos grãos. A longa estiagem provocada pela La Niña retardou o andamento das lavouras da oleaginosa e ainda causa estragos nos milharais.

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Falta de infraestrutura para a soja

Sem conseguir armazenar e escoar a produção por falta de infraestrutura, produtores estocam soja em bags. (Fonte: Shutterstock/Manuel Ochoa/Reprodução)
Sem conseguir armazenar e escoar a produção por falta de infraestrutura, produtores estocam soja em bags. (Fonte: Shutterstock/Manuel Ochoa/Reprodução)

A colheita da safra 2020/21 de soja alcançava 59% da área cultivada na terceira semana de março, de acordo com levantamento nacional realizado pela consultoria AgRural. No mesmo período do ano anterior, 66% das lavouras já haviam sido colhidas.

Segundo estimativas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a falta de infraestrutura para o escoamento da produção e o excesso de chuvas em algumas regiões, como o Mato Grosso, devem deixar um volume recorde de 100 milhões de toneladas do grão sem armazenamento em 2021. Para não perder o grão, sojicultores utilizam silos em formato de bags.

Apesar do alto preço e do recorde de produção, as exportações do produto para a China caíram de 5,14 milhões de toneladas, nos dois primeiros meses de 2020, para 1,03 milhão, em janeiro e fevereiro de 2021, uma redução de 80%. Enquanto isso, as compras chinesas da soja americana praticamente dobraram, saindo de 6,1 milhões, em 2020, para 11,9 milhões de toneladas, em 2021.

Risco de quebra de safra do milho

Cigarrinha e estiagem ameaçam milharais na Região Sul. (Fonte: Shutterstock/GLF Media/Reprodução)
Cigarrinha e estiagem ameaçam milharais na Região Sul. (Fonte: Shutterstock/GLF Media/Reprodução)

A AgRural informa que 90% da área prevista para a safrinha de milho 2021 estava semeada no Centro-Sul do Brasil. No mesmo período do ano anterior, 96% das lavouras estavam plantadas. A consultoria afirma que as chuvas registradas em áreas do Mato Grosso do Sul propicia condições para o desenvolvimento das plantações.

Entretanto, os produtores do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul temem uma quebra de safra de milho por conta do longo período sem chuvas e da praga cigarrinha que atingem a Região Sul. A diminuição da produtividade do cereal preocupa principalmente os avicultores catarinenses e gaúchos, que podem ter de interromper a produção de aves e ovos por conta da falta do grão, principal fonte de alimentação dos animais.

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Fonte: Centro de Pesquisa Econômica Aplicada (Cepea), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). 

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