Durante o verão, houve precipitações abaixo da média em importantes regiões produtoras, especialmente no sul do Brasil
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O fenômeno La Niña alterou o clima no verão pelo segundo ano consecutivo. O volume de chuvas abaixo da média em importantes áreas produtoras prejudicou o desenvolvimento das lavouras e impactou o agronegócio no Brasil. Na Região Sul, por exemplo, a estiagem severa gerou quebra na safra de milho, que deve apresentar déficit de 9 milhões de toneladas do grão.
Para o início do outono, o Boletim Agroclimatológico, elaborado pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), indica que a redução de temperatura na superfície do Oceano Pacífico continuará influenciando o clima no Brasil. Confira quais são as previsões para cada Região do País.
Em grande parte da Região Norte, haverá predomínio de chuvas acima da média climatológica de março a maio, com exceção do sul do Amazonas, do Pará e do norte de Rondônia, que terão precipitações abaixo da média.
O clima úmido deve favorecer o plantio de soja, milho e arroz, especialmente em Roraima, que está com o solo mais seco. No entanto, as chuvas em excesso podem prejudicar a colheita de soja, sorgo, algodão e feijão no Tocantins, que segue um calendário de lavouras diferente do restante da Região Norte.
Depois de um verão mais seco que o normal, o leste do Nordeste terá chuvas acima da média no início do outono devido aos “impactos da La Niña e ao padrão de águas mais aquecidas próximo à costa”, segundo o Inmet.
Apesar disso, grande parte da Região terá níveis baixos de umidade no solo, principalmente em abril e maio, com exceção do Maranhão, do oeste do Piauí e da Bahia, do sul do Ceará e do extremo oeste paraibano. Com as chuvas, a colheita de soja poderá ser prejudicada no Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
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O clima de outono nos Estados da Região Centro-Oeste não deverá sofrer muitos impactos do fenômeno La Niña. Tanto o regime de chuvas quanto a temperatura deverão ficar próximos da média climatológica para a época.
Contudo, a previsão indica que Mato Grosso do Sul deverá ter baixos níveis de água no solo até o fim de maio, o que pode afetar a implantação das lavouras de aveia e trigo. Em abril, o armazenamento previsto deverá ficar abaixo de 40% no norte e no sudeste de Mato Grosso e no oeste de Goiás.
Enquanto São Paulo deverá ter chuvas um pouco abaixo da média climatológica, o que pode afetar a implantação de lavouras de trigo e triticale, os demais Estados vão receber precipitações ligeiramente maiores que a normalidade histórica, segundo a previsão do Inmet.
Em abril e maio, os baixos acumulados de chuva previstos impactarão negativamente os níveis de armazenamento de água no solo em grande parte da Região, chegando a valores menores que 30% no norte de Minas Gerais e no Espírito Santo, o que pode prejudicar o plantio de feijão de segunda safra.
O fenômeno La Niña continuará exercendo influência no clima da Região Sul, mas não deve impedir a entrada de frentes frias que poderão provocar chuvas na parte leste da Região. Em março, o balanço hídrico deve continuar com valores abaixo de 30% no extremo sul do Rio Grande do Sul.
No entanto, as previsões de chuva acima da média para os meses seguintes poderão elevar o volume de armazenamento de água no solo, chegando a mais de 90% em praticamente toda a Região, segundo o INMET. Com isso, o plantio de aveia, canola, cevada, trigo e triticale não deve ser prejudicado.
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).