Entenda o que é e quais são os impactos do La Niña

28 de abril de 2021 4 mins. de leitura
Fenômeno promove mudanças climáticas no mundo e afeta o agronegócio brasileiro

Conheça o mais relevante evento sobre agronegócio do País

No fim de 2020, o alerta de presença do La Niña, fenômeno que afeta o clima em todo o planeta, deixou os produtores rurais de sobreaviso. Desde então o Brasil vem sentindo seus efeitos principalmente por meio de estiagens que afetaram as regiões Sul e Centro-Oeste. 

A expectativa era de que o La Niña continuasse afetando todo o planeta até março de 2021, porém os efeitos devem ser sentidos até o fim da safra de 2020/2021 e começo da atual colheita.

Enchentes estão entre as consequências do fenômeno oceânico-atmosférico. (Fonte: Shutterstock/cowardlionReprodução)
Enchentes estão entre as consequências do fenômeno oceânico-atmosférico. (Fonte: Shutterstock/cowardlionReprodução)

O que é o La Niña?

O evento, definido como ocêanico-atmosférico, ocorre quando as águas superficiais da região da linha equatorial do Oceano Pacífico sofrem um resfriamento anormal. Essa alteração afeta as chuvas e as temperaturas ao redor do mundo.

A principal causa do La Niña é a intensificação dos ventos alísios, que sopram de leste para oeste na região da linha equatorial, gerando um aumento dos movimentos de ressurgência, quando as águas frias do fundo do oceano sobem para a superfície. As águas quentes ficam então concentradas em um pequeno espaço da região mais oeste do oceano Pacífico, desregulando as precipitações em vários pontos do planeta. 

O fenômeno costuma acontecer em intervalos de dois e sete anos, com vigência de 9 a 12 meses, e é o completo oposto do El Niño, que causa um aquecimento dessas mesmas águas. 

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Como o La Niña atinge os diferentes países

O evento climático afeta regiões de formas diferentes. A Colômbia e a Austrália são sobrecarregadas com as chuvas, podendo sofrer com inúmeras enchentes durante o período do fenômeno. Em contrapartida, ele causa uma forte redução de precipitação no oeste da Argentina e do Chile, e em países como Peru, Paraguai e Equador.

No Brasil, os efeitos variam por região. O Norte e o Nordeste apresentam aumento de chuva, que, por um lado, pode causar enchentes na Amazônia e, por outro, pode ser benéfico para a parte semiárida do País. O Sul sofre com a seca e com o aumento das temperaturas, enquanto o clima nas regiões Sudeste e Centro-Oeste fica imprevisível, podendo ocorrer secas, inundações e tempestades.

Como o La Niña afeta o agronegócio brasileiro?

O fenômeno oceânico-atmosférico pode atingir as plantações de diferentes formas. Em 2021, ele foi responsável pelo maior atraso da colheita de soja dos últimos dez anos, afetando diretamente os produtores e as exportações agrícolas brasileiras; na primavera, ele deve causar mais chuvas excessivas e atrasar novamente o plantio, a colheita e a exportação da oleaginosa.

O cultivo do arroz depende bastante da presença de água na plantação. (Fonte: Shutterstock/Natalia Rezanova/Reprodução)
O cultivo do arroz depende bastante da presença de água na plantação. (Fonte: Shutterstock/Natalia Rezanova/Reprodução)

Durante o inverno, o Sul deve sofrer bastante com irregularidade de chuvas, o que afetará os reservatórios de água e as lavouras de arroz. A região já tem sofrido bastante com precipitações abaixo da média, que provocaram uma má-formação dos milharais no Rio Grande do Sul.

Fonte: ECycle, Summit Estadão. 

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