Quais são as expectativas para as principais culturas em novembro?

12 de novembro de 2020 4 mins. de leitura
Nesse mês, devem ocorrer chuvas abaixo da média no centro do Brasil, incluindo Mato Grosso, Tocantins, Goiás, Minas Gerais e Bahia, além do Rio Grande do Sul

Apesar do retorno das chuvas em outubro, o volume foi insuficiente para a implantação da safra de verão no Centro-Oeste e melhora das condições das plantações do Sudeste, que foram castigadas pela seca. O estresse hídrico deve continuar durante novembro, com chuvas irregulares e abaixo da média no Centro-Oeste e no Sul , o que podem prejudicar o desenvolvimento das lavouras de grãos, laranja, cana-de-açúcar e café.

Segundo análise da Diretoria Agro do Itaú BBA, soja, milho e algodão seguem com valorização no mercado internacional. No mercado interno, o aumento dos preços desse produtos é acentuado ainda pela variação cambial favorável ao dólar. O açúcar no mercado de Nova York sobe devido às incertezas sobre a oferta e os subsídios da Índia.

Enquanto isso, a alta da carne no mercado interno e nas exportações continua sustentando o preço do bovino. Os suinocultores sofreram com o aumento constante da ração, mas ainda seguem com margens positivas. O setor de frangos continua com custos pressionando, apesar de estar em curso uma recuperação de preços.

Previsão climática

La Niña pode provocar estiagem e prejudicar lavouras de soja no sul do Brasil e na Argentina. (Fonte: Shutterstock)
La Niña pode provocar estiagem e prejudicar lavouras de soja no sul do Brasil e na Argentina. (Fonte: Shutterstock)

O clima brasileiro segue sob efeito do fenômeno La Niña, que terá maior influência até janeiro. A primeira metade de novembro tem apresentado chuvas abaixo da média para o centro e norte de Mato Grosso, Tocantins, norte de Goiás e de Minas Gerais, além de toda a região do oeste da Bahia e do Rio Grande do Sul. Nas demais regiões, incluindo todo o estado de São Paulo, Mato Grosso do Sul e cerrado mineiro, as chuvas deverão ficar dentro da média.

De acordo com o serviço de Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos Estados Unidos (NOAA), a terceira semana do mês terá, ainda, precipitações abaixo da média para o Rio Grande do Sul, Sul de Minas Gerais e na parte norte e nordeste de São Paulo. Entretanto, a situação melhora para o Mato Grosso, o sul do Pará, Goiás e toda a região do Matopiba, que podem receber chuvas acumuladas próximas de 100 mm.

Perspectivas para os principais produtos

Queda de produção do milho na China pode causar valorização internacional, mas estoques americanos podem segurar alta. (Fonte: Shutterstock)
Queda de produção do milho na China pode causar valorização internacional, mas estoques americanos podem segurar alta. (Fonte: Shutterstock)

A previsão de queda de produção da soja nos Estados Unidos e do milho na China deve continuar mantendo firmes os preços dos grãos. No caso da soja, uma valorização adicional pode acontecer a depender da demanda internacional e de acordo com a diminuição das chuvas no Sul do Brasil e na Argentina, por conta dos efeitos do La Niña. Já o milho pode ter novas altas limitadas pelos estoques de passagem nos Estados Unidos que devem permanecer em níveis confortáveis.

Os analistas do Itaú BBA acreditam que os preços do algodão em Nova York têm espaços limitados para significativas altas ao longo dos próximos meses. Contudo, um aumento mais relevante dos preços deve ocorrer caso haja uma quebra mais relevante na produção de algum país produtor importante e também exportador da pluma.

A expectativa para as carnes bovina e suína é a manutenção de preços firmes por conta das festividades de fim de ano, mesmo com o rompimento recente de máximas históricas. No caso de frangos, o setor tem sido beneficiado pelas altas das proteínas bovina e suína, mas os produtores devem agir com cautela, já que a alta dos custos tem superado a reação dos preços da ave.

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Fonte: Agro Mensal Itaú BBA.

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