Protocolo permite produtividade nos pastos, com baixa emissão de CO2

2 de julho de 2021 4 mins. de leitura
Com o protocolo CBC é possível aumentar a produtividade e manter a qualidade da carne, ao mesmo tempo que se garante a sustentabilidade

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O protocolo Carne Baixo Carbono (CBC) tem o objetivo de valorizar sistemas pecuários  que apresentam o potencial de mitigação de emissão dos Gases do Efeito Estufa (GEEs). Isso é feito por meio do adequado manejo da pastagem e adoção de boas práticas agropecuárias. 

Segundo o estudo realizado pela Empresa Brasileira de Pesquisa e Agropecuária (Embrapa), com o manejo adequado do sistema de produção pecuário de corte, é possível aumentar 125% o número de animais por hectare e 163% o peso de carcaça por hectare, em relação ao manejo convencional. Dessa forma, garante-se a qualidade do produto final e há um controle das emissões de metano, bem como da fixação de carbono no solo. 

Essas e outras informações integram o primeiro protocolo para produção de carne com baixa emissão de carbono no Brasil.

Como o estudo foi realizado?

As diretrizes técnicas para produção da CBC envolvem o cumprimento de práticas adequadas de manejo da pastagem, bem como a adoção de Boas Práticas Agropecuárias (BPA). (Fonte: Freepik/Aleksandar)
As diretrizes técnicas para produção da CBC envolvem o cumprimento de práticas adequadas de manejo da pastagem, bem como a adoção de Boas Práticas Agropecuárias (BPA). (Fonte: Freepik/Aleksandar)

A Embrapa obteve os dados da pesquisa em uma Unidade de Referência Tecnológica (URT) de pecuária de corte localizada em Jaborandi (BA), com avaliações de estoque de carbono no solo, ganho de peso dos bovinos, qualidade da carne e emissão de metano. 

O estudo teve início em maio de 2019, na Fazenda Santa Luzia. O local escolhido é uma referência na produção de bovinos de corte mediante às Boas Práticas Agropecuárias e possui dados estruturados e sequenciais de todo o sistema de produção. 

A unidade de referência foi composta por duas subdivisões (talhões) e uma área de vegetação nativa (cerrado). O primeiro espaço, com 115 hectares divididos em quatro piquetes, foi coberto com forrageira Brachiaria brizantha cv. Marandu,  representando o manejo convencional. 

A segunda divisão, com 85 hectares também dividido em quatro piquetes, era de pastagem recuperada, com Brachiaria brizantha cv. BRS Piatã. O manejo nesta área foi feito seguindo as diretrizes técnicas para produção de carne com baixa emissão de carbono (CBC). Os espaços foram utilizados para recria e terminação de machos da raça Nelore. 

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Os resultados obtidos

Os dados iniciais do solo para manejo CBC mostram um estoque de 20,59 tonelada por hectare de carbono na camada de 0-20 cm do solo. No cerrado nativo, o valor é 15,18 e no manejo convencional 18,16 toneladas por hectare. Ou seja, constatou-se que o estoque de carbono do solo para manejo CBC está acima dos demais. 

Ao longo do primeiro ano de avaliação, os animais das divisões CBC ganharam 154 kg e os do manejo convencional 149 kg. Assim, o gado do talhão CBC entra mais pesado no confinamento e chega ao peso de abate com pelo menos 20 dias a menos de confinamento frente ao manejo convencional.  A alta percebida do peso corporal por unidade na subdivisão CBC está acima da média da produtividade brasileira.

Os animais do talhão CBC tiveram peso médio de abate e de carcaça de 573 kg e 306 kg respectivamente, proporcionando um rendimento médio de carcaça da ordem de 53,4%. (Fonte: Freepik/Kamran))
Os animais do talhão CBC tiveram peso médio de abate e de carcaça de 573 kg e 306 kg respectivamente, proporcionando um rendimento médio de carcaça da ordem de 53,4%. (Fonte: Freepik/Kamran)

Quanto à intensidade de emissão de metano, os valores não variaram entre manejos, apresentando um valor médio de 6,3kg de CO2 equivalente por quilo de carcaça.

Portanto, os resultados iniciais demonstram que pela implementação das diretrizes CBC, é possível garantir a produtividade e qualidade da carne, aumentando a lucratividade do produtor, sem abrir mão da sustentabilidade, com o aumento do estoque de carbono do solo e mitigação de GEEs.   

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Fonte: Money Times, Embrapa.

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