Bovinos: conheça dieta econômica e sustentável

18 de janeiro de 2021 3 mins. de leitura
Estudo mostra que conversão alimentar de bovinos em dieta com alto concentrado é melhor e mais econômica

De acordo com o pesquisador da Embrapa Pecuária Sudeste (SP) Sérgio Raposo, a mudança na alimentação dos bovinos em confinamento pode ajudar um pecuarista que possui mil cabeças de gado a economizar cerca de R$ 400 mil com os custos de produção. Essa afirmação é pautada no estudo realizado pela instituição, que revelou que dietas ricas em grãos e alimentos não fibrosos reduzem a necessidade de consumo por quilo de peso do animal.

A ingestão desses concentrados também ajuda a reduzir a emissão de gases de efeito estufa (GEEs), o que agrega sustentabilidade para a pecuária. Ainda de acordo com a pesquisa, essa prática já é comum nos rebanhos norte-americanos e tem conquistado cada vez mais espaço entre os produtores brasileiros.

Conversão alimentar e redução nos custos de produção

O estudo da Embrapa mostra que a economia nos custos de produção a partir da modificação da dieta é viável graças à melhor conversão alimentar dos animais. Resumindo, os bovinos precisam de uma quantidade menor de ração concentrada para obter o mesmo ganho de peso e desenvolvimento que é alcançado com uma dieta com grande porcentagem de volumosos.

A comparação feita no experimento analisou uma dieta com 70% de volumoso e outra com 10%. Foi observado que os animais que receberam a primeira mistura precisariam de 10 quilos de volumoso para cada quilo de ganho de peso, enquanto os que receberam a dieta de alto concentrado necessitariam de apenas metade desse volume.

Raposo explica que “considerando o valor médio das duas dietas como de R$ 0,52 por quilograma (em base seca), a dieta quente [alto concentrado] seria R$ 2,60 mais barata por quilo de ganho de peso. Em um confinamento com mil cabeças de gado, tendo em vista que cada animal tenha ganhado 150 quilos em média, o valor economizado seria de R$ 390 mil”.

Sustentabilidade na pecuária

Além de reduzir os custos de produção e melhorar a margem de lucro para os pecuaristas, a dieta baseada em alto concentrado e pouco material volumoso é benéfica para o meio ambiente e para agregar valor sustentável ao produto final. De acordo com Raposo, esse efeito é possível graças à redução da quantidade de fibras, o que faz que o animal acelere a deposição de gordura e chegue ao ponto de abate em um tempo mais curto.

“Um dos motivos de essa dieta ser metabolicamente mais eficiente é que produz menos metano para cada quilograma ingerido. Todavia, o principal motivo da redução da emissão de GEEs é que o bovino atinge o peso final em um tempo menor”, ressalta o pesquisador.

Cuidados com a dieta de alto concentrado

Apesar dos resultados animadores do experimento, é importante alertar os pecuaristas em relação aos cuidados necessários com a dieta de alto concentrado. Para evitar problemas como a acidose ruminal, o ideal é realizar uma fase de adaptação no confinamento antes de iniciar a nova dieta. É interessante aumentar paulatinamente o concentrado na porção e manter algum ingrediente que seja fonte de fibra efetiva. Oferecer a dieta em vários momentos do dia também é recomendado, para evitar problemas e garantir o bem-estar animal.

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Fonte: Climatempo.

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