Produção agroindustrial deverá crescer apenas 0,4% em 2022 - Summit Agro

Produção agroindustrial deverá crescer apenas 0,4% em 2022

4 de abril de 2022 4 mins. de leitura

Produção agroindustrial deve sair da estagnação registrada em 2021, mas crescerá pouco, de acordo com previsão do FGVAgro

Publicidade

Conheça o mais relevante evento sobre agronegócio do País

A produção agroindustrial registrou queda de 1,1% em 2020 e, com uma aceleração de 3,9% em dezembro de 2021, conseguiu fechar o ano em estagnação, de acordo com o Centro de Estudos do Agronegócio da Fundação Getulio Vargas (FGVAgro). Para 2022, a expectativa é que o setor volte a registrar crescimento.

No entanto, a expansão será modesta e é calculada em 0,4% no cenário-base da projeção. O segmento de Produtos Alimentícios e Bebidas deverá ter uma alta de 0,3%, enquanto os de Produtos Não Alimentícios deverão apresentar um crescimento de 0,6%, segundo estudo do FGVAgro.

Retração e estagnação na produção agroindustrial

Desde a pandemia, o setor agroindustrial teve dificuldade para crescer. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Desde a pandemia, o setor agroindustrial teve dificuldade para crescer. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

A dificuldade de crescimento sólido pode ser percebida observando os números mensais. Em 2021, em 7 dos 12 meses, a produção agroindustrial teve recuo quando foi considerado o ajuste sazonal. Assim, o setor fechou o ano com uma produção 3,6% menor quando comparado ao período anterior a fevereiro de 2020, no início da pandemia.

A falta de dinamismo é causada, segundo o FGVAgro, pela desorganização das cadeias produtivas, pela alta da inflação e pelo mercado de trabalho enfraquecido, apresentando maior participação das ocupações informais, além de aumento da taxa de juros e encarecimento do crédito. Os fatores atingem o setor industrial de maneira geral, destaca o estudo.

Leia também:

PIB do agronegócio: quais são as previsões para 2022?

Os principais produtos e desafios da agroindústria brasileira

Agroindústria é a principal responsável pela expansão da soja

Destaques de 2021

Eventos climáticos derrubaram produção da cana-de-açúcar, afetando tanto o mercado de açúcar quanto de biocombustíveis. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)
Eventos climáticos derrubaram produção da cana-de-açúcar, afetando tanto o mercado de açúcar quanto de biocombustíveis. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

Apesar da estagnação, a alta foi quase generalizada no segmento de Produtos Não Alimentícios em 2021, com os Insumos Agropecuários crescendo 18,1% e os Produtos Florestais expandindo 5,5%. Além da forte expansão em 2021, esses setores cresceram também em 2020, operando em um patamar acima do período pré-pandemia.

Desse modo, o segmento de Produtos Alimentícios e Bebidas acumulou uma perda de 6,2% frente ao ano anterior. Em 2020, o setor havia se expandido 3,3%. Em 2021, a baixa foi causada pelos Produtos Alimentícios, que teve um recuo de 7,8%, enquanto as Bebidas registrou estagnação.

O subsetor de Alimentos de Origem Vegetal teve o pior desempenho do segmento, com uma contração de 15,4%. A produção de açúcar, que teve recuo de 26,8%, foi o que mais contribuiu para o resultado negativo.

Cenários para a produção agroindustrial

No cenário-base da pesquisa, projeção considera uma condição geopolítica estável, em que a pandemia de covid-19 se tornará uma endemia, a inflação anual ficará em cerca de 5,5% e o mercado interno apresentará pouca instabilidade devido ao processo eleitoral.

Em uma visão pessimista, o FGVAgro considera que eventos geopolíticos podem afetar o comércio global do setor, problemas climáticos podem levar à quebra de safra, a fortes turbulências eleitorais e a uma inflação mais alta. Caso esse cenário seja confirmado, poderá levar a uma retração de 1,3% em 2022, puxado por uma queda de 2,6% nos Produtos Não Alimentícios.

Já na projeção otimista, a produção agroindustrial deverá crescer 1,8%, com uma alta de 3,2% nos Não Alimentícios. No entanto, para isso, todos os conflitos geopolíticos devem ser resolvidos, e a “safra agrícola deverá ser satisfatória”, segundo o FGVAgro.

Quer saber mais? Assista aqui à opinião e explicação dos nossos parceiros especialistas em agronegócio.

Fonte: Centro de Estudos do Agronegócio (FGVAgro).

Webstories