Clima em 2022 deve ser marcado por La Niña até junho e El Niño no fim do ano
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O clima em 2022 deve ser marcado pela influência da temperatura das águas do Pacífico com a dupla de fenômenos La Niña e El Niño. O oceano está com a água mais fria que o esperado, com intensidade considerada moderada, causando alteração no regime de chuvas para o agronegócio brasileiro.
Os efeitos estão sendo sentidos com maior frequência na entrada de massas de ar frio, que provocam temperaturas menores que as da primavera comum para o Sul e o Sudeste. A influência poderá durar até o outono, quando pela primeira vez os modelos climáticos indicam previsão de extensão do fenômeno até essa estação.
Com isso, produtores rurais talvez enfrentem adversidades até o fim da safra 2021/2022, gerando incerteza quanto à produtividade das lavouras. Nas últimas duas temporadas, as condições climáticas derrubaram a qualidade do desenvolvimento de diversas culturas e causaram prejuízos.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) prevê que o ano começará apresentando índice pluviométrico inferior à média em Goiás, Minas Gerais, Distrito Federal, Espírito Santo e no centro do Mato Grosso do Sul, no sul e no leste de Tocantins, no sul do Piauí e na Bahia, exceto no litoral. Já o Estado de São Paulo, a Região Sul e a faixa norte do Brasil poderão ter chuvas ligeiramente acima da média.
O Centro-Sul terá precipitações irregulares durante fevereiro, especialmente em algumas áreas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, onde o modelo de previsão de tempo aponta chuvas abaixo da média histórica.
O outono começará com chuvas abaixo da média na Região Sul, no Mato Grosso do Sul e no sul do Mato Grosso, segundo o Inmet. Em março de 2022, Amazonas, Roraima, Pará, Piauí e centro e sul do Ceará, além de uma área entre o sul de Minas Gerais e o norte de São Paulo, deverão ter índice pluviométrico acima da média.
A influência do La Niña perderá força até o fim de maio, quando se iniciará um curto período de neutralidade. A partir de dezembro de 2022, o El Niño deverá começar a ganhar força, de acordo com uma pesquisa desenvolvida por cientistas das universidades de Brest, na França, e Southampton, no Reino Unido.
Os pesquisadores usam um modelo numérico para fazer projeções, o qual indica que a temperatura planetária poderá estar muito maior que o esperado em 2022. O sistema adota um método estatístico com uma base de dados do passado para projetar cenários futuros e já conseguiu prever a perda de força do aquecimento global no começo do século 21.
Nos últimos quatro anos, as temperaturas cresceram rapidamente. Caso o El Niño se confirme, o planeta poderá passar por um superaquecimento, mas ainda longe da intensidade do calor sentido no fim de 2015 e início de 2016.
Fonte: MetSul Meteorologia, Tempo.com, Tempo e Clima Brasil, Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).