La Niña: quais culturas são favorecidas pela invernada?
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O fenômeno climático La Niña, caracterizado pelo resfriamento anômalo das águas do Pacífico, voltou pelo segundo ano consecutivo, alterando o padrão climático em todo o mundo. No Brasil, devem ser registradas, até o início da semana que vem, precipitações acima da normalidade e um frio fora de época em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Rondônia, acontecimento conhecido popularmente como “invernada”.
Nos próximos sete dias, a previsão é que o acúmulo de chuva deva ficar entre 150 e 175 milímetros no oeste e norte de Goiás e Distrito Federal. Em alguns pontos do Centro-Oeste, como Sapezal (MT), e do Norte, como Vilhena (RO), o acumulado pode chegar a 200 milímetros em apenas cinco dias.
A alteração climática compromete as atividades de campo, como a aplicação de agrotóxicos para combater doenças fúngicas, e pode propiciar o aumento da ocorrência de ferrugem nas lavouras no período. O trabalho do final da semeadura de soja em Mato Grosso, Goiás e no Matopiba pode ser prejudicado também pelo excesso de chuvas.
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Como as geadas podem beneficiar culturas
Culturas favorecidas pela invernada
![Pêssegos devem ficar mais doces com geada prevista para Santa Catarina. (Fonte: Scarc/Shutterstock/Reprodução)](https://summitagro.estadao.com.br/wp-content/uploads/2021/11/unnamed-33.jpg)
Algumas culturas, porém, podem ser beneficiadas pelas temperaturas mais baixas nesta época do ano. Quando o La Niña está influenciando o clima global, é comum que a Região Sul brasileira apresente temperaturas mais baixas durante as estações da primavera e do verão, favorecendo a ocorrência de geadas nos pontos mais elevados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Nas próximas madrugadas, o orvalho pode aparecer congelado na Serra Catarinense. Isso favorece o adocicamento de frutas natalinas, como ameixa, pêssego e nectarina, cujos pomares estão na fase de colheita na região.
Em novembro de 2020, também ocorreram geadas em Santa Catarina, o que propiciou uma boa qualidade do pêssego. Atrás do Rio Grande do Sul e de São Paulo, o Estado é o terceiro maior produtor da fruta no Brasil, respondendo por 8% do volume nacional.
Previsão para o La Niña
![Uma grande área do Oceano Pacífico está com temperatura abaixo da média. (Fonte: NOOA/Reprodução)](https://summitagro.estadao.com.br/wp-content/uploads/2021/11/unnamed.gif)
Em 2021, o La Niña começou a aparecer no mês de setembro. Mas foi durante o mês de outubro que aconteceu uma queda mais substancial das temperaturas na superfície do Oceano Pacífico, indicando o fortalecimento do fenômeno climático. Algumas áreas estão com temperatura entre 1°C e 3°C abaixo da média.
A influência do fenômeno no clima global não deve ser tão forte quanto foi em 2020, mas deve ser duradoura. Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) dos Estados Unidos, existe a probabilidade de 87% das condições do La Niña perdurarem entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022.
Fonte: Agência Paraná de Notícias, Tempo, Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA).