A soja, como outras commodities, é geralmente negociada no spot ou no mercado futuro, descubra o porquê
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Commodities são mercadorias primárias, geralmente produtos agrícolas ou minerais, manufaturadas, ou parcialmente manufaturadas, e de ampla penetração no mercado mundial. Como há vários produtores e compradores, as commodities precisam atender a uma padronização e não serem facilmente perecíveis. Por isso, há bolsas de valores e mercados abertos específicos para negociá-las.
A soja é a principal oleaginosa cultivada no mundo, devido ao seu alto valor proteico é amplamente utilizada na alimentação de humanos e de animais. Apesar da grande presença mundial, apenas três3 países são responsáveis por 85% da sua produção: Estados Unidos, Brasil e Argentina.
Com a amplitude do mercado de commodities, é difícil que players consigam influenciar o preço, regulado majoritariamente pela lei da oferta e da demanda. O preço da soja, por exemplo, é definido internacionalmente e adota como referência a Bolsa de Chicago, CME (Chicago Mercantile Exchange).
Como a demanda tende a ser constante e a qualidade também, as commodities têm uma boa eficiência de comercialização por meio de mecanismos do mercado spot ou futuro.
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As operações de mercado podem ser realizadas de duas formas: à vista ou a prazo. As operações a prazo podem ser de três tipos: mercado a termo, futuro ou de opções.
A operação à vista, em que insumos ou ativos são comercializados e trocados por dinheiro no momento (ou D2 ou D3, segundo ou terceiro dias úteis após a celebração do contrato), também é conhecida como mercado físico, mercado à vista ou spot.
Nas opções a prazo, o mercado a termo é aquele em que as negociações são feitas entre comprador e vendedor, mas com datas futuras de aquisição e com preços preestabelecidos. Esse é um modo dos envolvidos se protegeram contra a variação de preços na bolsa, dado que apesar de a transação ser feita no futuro as relações de compra/venda são fixadas previamente.
Já o mercado futuro é a evolução das práticas do mercado a termo: representa um compromisso entre as partes em que valor, local, modo e data de entregas são definidas previamente. Nesse modo os preços são influenciados pela bolsa e movimentações do mercado físico, a diferença principal é que neste contrato não há a intenção primária da entrega do produto, ou seja, o investidor não está pagando pelo produto, mas pelas oscilações que poderão ocorrer e potencial lucro. Apenas cerca de 2% das transações de mercado futuro se consolidam na entrega dos ativos, quando não há esta consolidação, ocorre a liquidação financeira. O objetivo desse tipo de contrato é a redução de riscos e uma operação de travamento do preço da data futura.
No mercado de opções são negociados contratos que garantem os direitos de compra e venda de uma ação dentro de um prazo estipulado, a um valor fixado. O modelo é usado para lucrar com as flutuações do mercado.
Como as commodities, entre elas a soja, não podem apresentar uma grande variação qualitativa e a demanda é relativamente estável, é normal que sejam negociadas no mercado spot.
Geralmente a soja tem uma produção cíclica, isto significa que não há uma tendência de queda ou de alta permanente: se o preço subir mais produtores vão investir na produção, se o estoque aumentar demais o preço cai e produtores podem perder o interesse.
Um fator externo que pode influenciar diretamente no preço é o clima, visto que a temperatura e volumes pluviométricos específicos delimitam o rendimento do grão numa produção ideal. Assim crises climáticas, perdas de produção ou batalhas econômicas (como a recente briga comercial entre China e EUA) são alguns dos fatores que podem influenciar o preço da soja.
Por ter um valor referenciado à Bolsa de Chicago, as variações do real perante a moeda norte-americana também influenciam o preço negociado. Como o mercado Spot é basicamente a venda no momento, o que mais influencia o preço é a oferta e demanda, assim além de condições climáticas já citadas, outras situações pontuais podem influenciar o preço, como foi o caso de um grande surto de gripe suína na China que levou ao abate de animais e, portanto, à diminuição da demanda pelo farelo de soja, aumentando estoques e reduzindo o preço mundialmente.
Fonte: The Capital Advisor, Suno, StoneX, Sistema Famato, Investidor.