Mercado de soja brasileira mantém saldo positivo para 2020

4 de dezembro de 2020 3 mins. de leitura
Expectativa de aumento de importações chinesas e colheita nos Estados Unidos devem ditar o ritmo do comércio de soja nos próximos meses

Com as últimas semanas de 2020 se aproximando, existe uma grande expectativa no agronegócio para saber quais serão as tendências do mercado de soja durante o período. Recentemente, o Brasil sofreu com o atraso na plantação da safra de 2020/2021 da oleaginosa, o que o colocou em desvantagem contra o seu principal concorrente: os Estados Unidos.

Apesar disso, existe uma expectativa positiva na produção brasileira, que conta com o aumento da demanda de importações chinesas para alavancar as vendas. Nesse meio-tempo, a colheita dos EUA deve continuar ditando o ritmo dos preços no mercado externo.

O que esperar dos próximos meses?

Atraso no plantio de soja prejudica Brasil no comércio exterior, e País corre para reverter a situação. (Fonte: Shutterstock)
Atraso no plantio de soja prejudica Brasil no comércio exterior, e País corre para reverter a situação. (Fonte: Shutterstock)

Segundo um relatório divulgado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), o baixo excedente interno, o cultivo tardio no Brasil e a valorização do produto estadunidense fizeram que os preços da soja no mercado doméstico aumentassem na metade de outubro.

Entre 16 e 23 de outubro, o valor do grão avançou 4,2%, alcançando a marca de R$ 164,50 pela saca de 60 quilos. Tendo isso em vista, a AgRural divulgou que o País aumentou o plantio do produto em 5,6 milhões de hectares em apenas uma semana, o que é equivalente a 23% da área projetada para 2020/2021.

Apesar de atrasada em comparação com o ano anterior e a média dos últimos cinco anos, a chegada da chuva no Sul do País desperta um cenário positivo para a safra nos próximos meses, o que serviria como ponto de partida para restabelecer a competitividade brasileira no exterior.

Batalha comercial com os Estados Unidos

Desconhecimento da safra estadunidense de soja mantém mistério sobre futuro do mercado. (Fonte: Shutterstock)
Desconhecimento da safra estadunidense de soja mantém mistério sobre futuro do mercado. (Fonte: Shutterstock)

Apesar de China e Estados Unidos não terem divulgado novos contratos para compra e venda de soja durante a metade de novembro, o mercado brasileiro segue com a expectativa de que a demanda chinesa pelo produto continue em crescimento nas últimas semanas de 2020 e no início de 2021.

Existe um sentimento no mercado nacional de que os asiáticos vão optar por contratos curtos com os EUA até a entrada da nova colheita brasileira. Ainda não se sabe ao certo qual será o tamanho da safra de soja estadunidense para 2020/2021, fator que deve ditar os índices de competitividade no mercado externo.

Por boa parte de novembro, os EUA tiveram clima seco, que, apesar de favorecer a colheita imediata da oleaginosa, pode resultar em grande perda produtiva para os próximos meses.

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Fonte: Cepea

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