Brasil tem defasagem tecnológica em máquinas agrícolas e frota nacional com dez ou mais anos de uso
Publicidade
Conheça o mais relevante evento sobre agronegócio do País
O setor de máquinas agrícolas deve atingir faturamento de mais de R$ 40 bilhões em 2021, o que significa crescimento real de 12% em relação ao ano passado, segundo estimativa da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq). O recorde de exportações e a valorização do dólar proporcionaram boas margens para os produtores, que aproveitaram o momento para investir na modernização da frota. Metade do parque industrial brasileiro tem mais de dez anos de uso.
Apesar do crescimento, o volume de recursos destinados à aquisição de máquinas agrícolas no Plano Safra está diminuindo. Em 2020, foram R$ 8,7 bilhões para esse fim; em 2021, o governo federal reduziu em 13% o orçamento, destinando R$ 7,5 bilhões. E o recurso deve acabar antes do fim da safra.
Com isso, o setor tem sido atendido por recursos próprios de bancos, que oferecem operações de crédito com fontes de recursos públicos, possibilitando ampliar o volume de financiamentos, mas podendo tornar os empréstimos mais caros.
Leia também:
“Governo vai cada vez menos financiar o agronegócio”
Crédito rural chega às fintechs
Desempenho das máquinas agrícolas: evolução tecnológica aumenta competitividade
Confira alguns meios de financiamento para modernizar o agronegócio brasileiro em 2022.
O Programa para Redução da Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura (ABC) permite a aquisição de máquinas, equipamentos, veículos, tratores, colheitadeiras, barcos e aviões com prazo de pagamento de até 12 anos, o que inclui até 8 anos de carência. No máximo 40% do valor do bem podem ser financiados a uma taxa de juros de 7% ao ano.
Investimentos para automação em diversas cadeias produtivas são apoiados pelo Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro). A operação oferece crédito para aquisição de máquinas e equipamentos para essa finalidade que podem ser pagos em até dez anos, com três anos de carência. O valor máximo de financiamento é de R$ 3,9 milhões (coletivo) e R$ 1,3 milhão (individual), com juros fixos de 7% ao ano.
O Programa de Modernização da Agricultura e Conservação de Recursos Naturais (Moderagro) tem como objetivo apoiar e fomentar os setores de produção, beneficiamento, industrialização, acondicionamento e armazenamento de produtos rurais. Entre as linhas de financiamento, está o crédito para construção e ampliação de instalações destinadas à guarda de máquinas e implementos agrícolas, com juros fixos de 7,5% ao ano e dez anos para quitar a dívida.
O Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária (Prodecoop) buscar tornar mais competitivo o complexo agroindustrial das cooperativas brasileiras por meio de aquisição de máquinas e equipamentos. Com taxa de juros prefixada de 8% ao ano, podem ser financiados até R$ 150 milhões por organização cooperada.
Tratores, máquinas agrícolas para pulverização e adubação, semeadoras, plantadeiras e colheitadeiras podem ser compradas com empréstimo pelo Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota), o maior programa de crédito rural operado pelo BNDES na safra 2021/2022, que já executou todo o volume programado de R$ 4,7 bilhões e juros anuais fixos de 8,5%.
Com a escassez de recursos no setor público, instituições financeiras costumam oferecer empréstimos para aquisição e modernização de máquinas agrícolas. As condições de financiamento variam de banco para banco, mas as taxas de juros cobradas costumam ser superiores em comparação com os fundos públicos.
Fonte: Mais Soja, Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).