Mandioca registrou pico de preço em dezembro de 2019 e estabilizou a partir de maio de 2020
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A redução da demanda de mandioca para a produção de fécula nas indústrias vem exercendo pressão de leve queda no preço da raiz no mercado brasileiro, de acordo com análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Na semana de 10 a 14 de agosto, a média da cotação caiu 2,6% em termos nominais em relação às quatro semanas anteriores.
Os preços da raiz registraram o maior pico em dezembro de 2019, quando chegaram a ser cotados a uma média aproximada de R$ 2,6 mil por tonelada. A partir de maio, o mercado estabilizou a cotação por volta de R$ 1,8 mil por tonelada, média que continua sendo registrada em agosto, apesar da leve queda.
A oscilação negativa de preços foi maior onde houve déficit hídrico, mas em algumas regiões, como o extremo oeste do Paraná, a variação da cotação da raiz no período das quatro semanas apresentou leve aumento de 0,3%.
O clima seco tem dificultado os trabalhos no campo, inclusive o plantio. Problemas na comercialização de derivados e estoques abundantes estão sendo utilizados como justificativa para o baixo interesse pelo processamento do mercado. De acordo com estimativas do Cepea, o volume de moagem de mandioca pela indústria de fécula caiu 9% no começo de agosto. Essa demanda enfraquecida tem mantido as cotações pressionadas nas últimas semanas.
Aos poucos, de acordo com o Cepea, os menores preços e os baixos rendimentos de amido também prejudicaram o interesse de agricultores em avançar na colheita de lavouras de um ciclo. Produtores do noroeste do Paraná finalizaram a colheita em culturas de segundo ciclo, e as indústrias do extremo oeste do estado continuaram se abastecendo em áreas mais distantes.
Em outras regiões, produtores estão liberando as áreas da raiz para cultivo da soja, como no centro-oeste paranaense e no oeste de São Paulo. Para tanto, os mandiocultores aceleraram a colheita, apesar do clima seco.
No início de agosto, o setor alimentício continuou como o principal demandante do derivado, especialmente os segmentos de panificação (pão de queijo) e os frigoríficos, conforme dados do Cepea. A recuperação está mais lenta no setor industrial, que envolve modificadoras de amidos, indústria têxtil e de papel.
Caso o cenário de flexibilização da abertura do comércio continue, poderá haver retomada das vendas desse segmento. Alguns agentes da indústria consideram o cenário de retomada de atividades no setor no quarto trimestre deste ano e já estão buscando a formação de estoques da raiz.
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Fonte: Notícias Agrícolas e Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).