Mandioca: aumento na oferta provoca queda nas cotações

8 de dezembro de 2020 3 mins. de leitura
A necessidade de liberar áreas para novas plantações tem feito produtores de mandioca anteciparem a colheita da raiz para o fim de 2020

A oferta brasileira de mandioca aumentou consideravelmente nas últimas semanas, de acordo com o último relatório do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Apesar dos volumes irregulares de chuva acompanhados em todo o país no último mês, produtores com necessidade de liberar áreas para plantio anteciparam a colheita da raiz.

Por essa razão, as cotações do produto no mercado interno permaneceram em queda durante a segunda metade de novembro. Desde o início de outubro até agora, a redução acumulada já é de 15%. Por outro lado, alguns produtores decidiram adiar a comercialização de mandioca para o início de 2021.

Tendências no mercado de mandioca

Com chuvas irregulares nas últimas semanas, alguns produtores têm aguardado para realizar a colheita de mandioca apenas em 2021. (Fonte: Shutterstock)
Com chuvas irregulares nas últimas semanas, alguns produtores têm aguardado para realizar a colheita de mandioca apenas em 2021. (Fonte: Shutterstock)

Durante a primeira semana de novembro, a média de preços para a mandioca posta fecularia foi de R$ 468,58 por tonelada, 2% inferior ao valor registrado na semana anterior. Apesar da tendência de queda nos preços com o aumento da oferta, o Cepea acredita que a decisão de alguns produtores de esperar para realizar a colheita somente na próxima temporada tem ajudado a segurar as cifras.

De acordo com a instituição, o principal incentivo para a diminuição das entregas de mandioca acaba sendo a menor rentabilidade causada pelo rendimento do amido. Entre os dias 26 e 30 de outubro, a grama de amido na balança hidrostática de 5 kg havia sido avaliada em R$ R$ 0,8552, o que já era 1,7% inferior ao período anterior.

No mês seguinte, o valor do amido na balança hidrostática de 5 kg registrou números ainda menores de R$ 0,8149 por grama, representando um decréscimo de 4,71%.

Mandioca no agronegócio

A mandioca substituiu 70% das rações de milho e 30% das rações de farelo de soja em aviários. (Fonte: Shutterstock)
A mandioca substituiu 70% das rações de milho e 30% das rações de farelo de soja em aviários. (Fonte: Shutterstock)

O Brasil é o quarto maior produtor de mandioca no mundo, segundo os dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Perdendo apenas para Nigéria, Indonésia e Tailândia, o País sul-americano produz, em média, 21,08 milhões de toneladas de raiz de mandioca por ano.

Além de ser um produto relativamente comum na mesa dos brasileiros, a mandioca também é utilizada dentro da prática pecuária. Conforme os relatórios da Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente (Sama), diversos produtores rurais têm escolhido a macaxeira para substituir o milho e o farelo de soja nas rações dos aviários.

Por meio dessa simples mudança, a Sama garante que as pessoas as quais já estão administrando esse tipo de ração conseguem observar uma economia de até 50% de valor de criação das aves. A mandioca é um alimento rico em calorias e carboidratos, portanto facilita o ganho de peso dos animais em um curto período.

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Fonte: Cepea, Embrapa.

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