Ministra Tereza Cristina busca ampliar opções do Brasil para importar fertilizantes diante da crise provocada pela guerra na Ucrânia
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O Brasil procura alternativas para garantir o suprimento de fertilizantes. A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, tem se reunido com empresas produtoras desse insumo do Irã e do Canadá para ampliar a importação do produto antes de deixar a pasta para concorrer ao Senado.
O agronegócio brasileiro vem sofrendo com a alta dos insumos desde o início da pandemia. O gasto com fertilizantes era de R$ 620 por hectare em setembro de 2020 em uma lavoura de soja na região de Londrina. Um ano depois, o valor passou para R$ 1.323, mais que o dobro. No período, a participação dos fertilizantes no custo operacional saltou de 20% para 31%.
Isso aconteceu porque importantes produtores globais suspenderam as exportações por motivos diversos. China e Rússia pararam os embarques para manter o equilíbrio no mercado interno. Já a Bielo-Rússia, que fornece um quinto das exportações mundiais de potássio, teve o comércio proibido por conta de sanções da União Europeia e dos Estados Unidos ao país.
Dias antes do início da guerra na Ucrânia, o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, chegou a se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin. O mandatário brasileiro pediu ao Kremlin para garantir o suprimento de fertilizantes.
A Rússia é o principal fornecedor do agronegócio brasileiro e responde por um quarto de todo insumo importado. Segundo dados do Itaú BBA, os russos são responsáveis por 20% dos nitrogenados comprados no mercado global, além de 28% dos potássios e 15% dos fosfatados.
Apesar das dificuldades do conflito armado e das sanções mútuas impostas pelos Estados Unidos, pelo Canadá e por países europeus aos russos, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou que o fluxo comercial continua. O governo brasileiro não figura na lista de sancionados por Moscou.
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Em fevereiro, Tereza Cristina se reuniu com o presidente da National Petrochemical Company (NPC), empresa estatal iraniana, e visitou a Shiraz Petrochemical Company, uma das maiores produtoras de ureia do país.
A NPC afirmou que pode ampliar as exportações de ureia das atuais 600 mil toneladas para até 2 milhões de toneladas ao ano. A estatal faz parte do Ministério do Petróleo Iraniano, pasta que tem como objetivo promover o desenvolvimento do setor petroquímico do Irã.
A ministra também encontrou representantes da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, bloco responsável por 26% dos fertilizantes importados pelo Brasil e formado por Marrocos, Catar, Arábia Saudita, Egito, Omã e Argélia.
O Oriente Médio é o maior produtor e exportador global de produtos petroquímicos, seguido pelo Irã. A indústria iraniana produz aproximadamente 5 milhões de toneladas de ureia por ano. Cerca da metade é consumida pelo mercado interno, e a outra parte é exportada.
A ministra visitou o Canadá em março para conversar com representantes de empresas de fertilizantes. O país é o maior produtor global de potássio, sendo responsável por um terço da produção do insumo.
Tereza Cristina esteve com os presidentes da Brasil Potash, Gensource, Nutrien, e Fertilizer Canada. A Canpotex, que exporta o potássio das duas principais mineradoras do Canadá, comprometeu-se a ampliar os embarques para além dos 4 milhões de toneladas do insumo já enviados aos portos brasileiros.
Fonte: Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).