As altas temperaturas do verão brasileiro podem se tornar um verdadeiro pesadelo para os produtores de vacas leiteiras. Durante essa época, os animais correm o risco de sofrer estresse térmico, caracterizado por aumento na temperatura interna do corpo que resulta em perda estimada de 30% de sua produtividade, conforme os dados da Embrapa Gado de Leite; portanto, todo cuidado é pouco.
Saber identificar quando um animal enfrenta esse tipo de problema e, principalmente, ter conhecimento sobre técnicas de manejo que aumentem o conforto térmico da criação são fatores essenciais para evitar maiores desgastes ao longo da temporada de calor.
Como reconhecer o estresse térmico?
Apesar de a temperatura prejudicial variar entre raças, o gado começa a superaquecer a partir dos 31°C, de acordo com a pesquisadora da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Maria de Fátima Avila. Na tentativa de regular a temperatura interna do corpo, algumas vacas podem apresentar respiração ofegante para dissipar energia através da aceleração da taxa respiratória, o que acarreta desbalanceamento no pH sanguíneo, gerando sobrecarga nos rins enquanto tentam equilibrar as taxas de ácido-base do sangue.
Além disso, o estresse térmico é responsável por mais problemas fisiológicos. Entre os casos mais sérios estão a perda na qualidade do leite e a dificuldade de reprodução.
Como prevenir o estresse térmico
Com o avanço do uso de novas tecnologias e técnicas de manejo na prática pecuária, produtores de gado têm à disposição um leque de medidas para combater o estresse térmico nas fazendas.
Suplementação de gordura
Uma técnica de intervenção direta no balanceamento da temperatura interna das vacas é a aplicação da suplementação de gordura. Uma dieta que aumente a gordura inerte ao rúmen pode ser uma saída para fornecer energia extra que é queimada durante o estresse térmico e evita problemas de saúde mais graves.
Sistema de ILPF
Os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) são ótimas opções para controlar as condições climáticas adversas em fazendas. Por meio da adição de árvores na região de pasto, é possível criar campos de sombra que serão utilizados pelos animais para fugir do calor. Além de ser um método sustentável, essa opção fornece ao produtor a possibilidade de expandir o comércio e até cultivar alimentos que farão parte da dieta das vacas.
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Fonte: Milk Point, Rehagro, Educapoint.