Sistema ILPF melhora produção de animais

9 de abril de 2020 5 mins. de leitura
Adoção do sistema pode melhorar a produção leiteira e a produtividade de carne bovina por hectare
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ILPF aumenta produção leiteira

(Fonte: Shutterstock)
O sítio Valão, localizado no município de Mar de Espanha, na região da Zona da Mata Mineira, sempre baseou a sua produção na pecuária de leite em seus 130 hectares de região montanhosa. As áreas de baixadas e com menor inclinação eram utilizadas para a produção de forragem e grãos para alimentação do rebanho. O local se tornou um dos modelos de adoção e demonstração de viabilidade da tecnologia ILPF em áreas de montanha, com um trabalho que começou em 2005 na recuperação de pastagens degradadas e implantação de floresta. Nas áreas mais baixas, a ação teve como objetivo produzir silagem de milho e pasto de qualidade. Nas áreas de encosta, o esperado era aumentar a cobertura vegetal protetora para tornar o controle de erosão mais eficiente e diminuir perdas de nutrientes de solos que podem ser carregados pela água. Depois de dez anos de aplicação da ILPF, a quantidade diária de leite passou de 400 litros para mil litros. O sítio começou a explorar a produção de lenha para padarias locais e a fabricação de mourões de cerca para utilização própria na proteção das áreas ciliares, o que permitiu a adequação ambiental da propriedade.

Manejo com floresta produz até 32 arrobas por hectare

(Fonte: Shutterstock)
A implantação da ILPF no Mato Grosso conseguiu alcançar a produtividade de 32 arrobas por hectare na pecuária bovina por ano. O resultado representa uma média cinco vezes maior que a nacional e oito vezes maior que a estadual. O sistema começou em uma área de produção de Nelore no município de Sinop, com uma pesquisa realizada durante um ano pela Embrapa em parceria com a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), a Associação dos Criadores do Norte de Mato Grosso (Acrinorte) e a Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT). A área passou a contar com uma linha de eucalipto que proporciona o acesso dos animais à sombra e contribui com a melhoria da ciclagem de nutrientes, quando seus resíduos orgânicos, como folhas, são decompostos pelo solo. O conforto térmico, segundo a Embrapa, tem ligação com o ganho de peso do rebanho: na fazenda em que o teste foi executado, os bois ficaram 90% do tempo de ruminação e 76% do período de ócio na sombra. Quer ficar por dentro das novidades sobre saúde no agronegócio? O Summit Agronegócio reúne especialistas e autoridades para discutir os temas mais relevantes do setor, como vacinação, H5n8, sanidade animal e melhor manejo para um rebanho saudável. Faça parte da evolução do agro e participe do evento mais completo do setor. Para saber mais, é só clicar aqui! Fonte: Embrapa

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