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Controle biológico de pragas: uma alternativa sustentável

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O Brasil é o País que mais utiliza agrotóxicos para combater pragas no campo. Além de altos custos financeiros, esse cenário traz aos produtores o peso do impacto ambiental — que vem sendo condenado por diversos parceiros comerciais importantes do agronegócio brasileiro. Com esse cenário, existe uma alta demanda por alternativas que controlem as pestes de forma mais sustentável, e a opção mais viável atualmente é o controle biológico de pragas.

Continue a leitura e entenda mais desse assunto. Confira.

O que é controle biológico de pragas?

O controle biológico é uma forma de combater infestações de pragas agrícolas por meio de inimigos naturais, que podem ser insetos, predadores, parasitoides e microrganismos.

Essa iniciativa é considerada benéfica para a agricultura, já que combate pestes sem deixar qualquer tipo de resíduo em alimentos, no meio ambiente ou na saúde dos consumidores finais.

O uso de agentes de controle biológico de pragas é uma alternativa sustentável frente à aplicação de pesticidas químicos na agricultura, como os agrotóxicos. Isso porque reduz o impacto ambiental causado pela agropecuária, promove a preservação de recursos naturais e favorece a sustentabilidade de diversos ecossistemas.

Controle biológico usa insetos para combater pragas em lavouras. (Fonte: Unsplash)

O que são agentes de controle biológico?

Um agente de controle biológico é qualquer inimigo natural de uma praga, podendo ser insetos, predadores, parasitoides e microrganismos tanto nacionais quanto internacionais. Os parasitoides, por exemplo, são organismos que parasitam um hospedeiro e o matam para sobreviver, ou seja, podem eliminar diversas pragas de uma plantação.

Tipos de controle biológico

Existem três formas de fazer o controle biológico de pestes: natural, clássico e artificial.

No controle biológico de pragas natural, o combate é feito por inimigos naturais que já estão presentes em um determinado ecossistema.

No método clássico, a ideia é eliminar pestes exóticas em determinada plantação. Para isso, alguns inimigos naturais são inseridos no local, criando um controle a longo prazo.

Já no modo artificial, as pragas são confrontadas por inimigos naturais em massa, trazidos para o campo em grandes quantidades com o intuito de cumprir o objetivo o mais rápido possível.

Controle biológico é uma alternativa aos agrotóxicos. (Fonte: Unsplash)

Controle biológico vs. uso de agrotóxicos

O Brasil é o líder mundial no setor do agronegócio e, por mais que essa informação pareça muito boa, ela carrega um lado negativo: grande parte desse legado depende do uso excessivo de agrotóxicos sintéticos.

Então, para se ter uma ideia, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirma que o Brasil é responsável por um quinto do consumo mundial de pesticidas. O uso de agrotóxicos nessa proporção é negativo, porque causa diversos danos, como a contaminação de alimentos, do solo, da água, de animais e inclusive de seres humanos, além de gerar desequilíbrio biológico e reduzir a biodiversidade em grande escala.

Sendo assim, há uma grande necessidade de encontrar alternativas para reduzir o uso de agrotóxicos nas plantações brasileiras e contornar esses problemas. Uma das soluções mais próximas pode ser o controle biológico, que é limpo e sustentável.

Controle biológico pode ser legalizado no Brasil. (Fonte: Unsplash)

A regulamentação de pesticidas biológicos

Os agentes de controle biológico são regulamentados no Brasil pela Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, a mesma que regulamenta os agrotóxicos de origem química. Desde então, qualquer solicitação para o registro de produtos desse gênero deve ser submetida à Anvisa, ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Em 2022, o Mapa publicou uma nova especificação de referência (ER) que representou uma grande oportunidade para o crescimento no uso de controle biológico nas plantações do País, trata-se da ER 51.

Essa ER tem como ingrediente ativo uma pequena vespa parasitoide, chamada Tetrastichus howardi, que é capaz de combater duas pragas importantes no campo: broca-da-cana (Diatraea saccharalis) e lagarta-de-cor-parda (Thyrinteina arnobia).

Essa nova ER desperta o interesse de defensores do controle biológico de pragas porque cria mais oportunidades para o registro de produtos biológicos, o que possibilita a diferentes empresas disponibilizarem produtos no mercado por meio de um processo simplificado.

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Fonte: Cebrap, United Nations Environment Programme, SNA.

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