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As vantagens e as desvantagens de trocar pesticidas químicos por biopesticidas

A alternativa natural pode ser bastante vantajosa para o agronegócio brasileiro

3 minutos de leitura

20/08/2019

Os biopesticidas ainda representam uma parcela pequena da proteção de cultivos pelo mundo em comparação com os defensivos químicos. Entretanto, com a preocupação ambiental e a busca por opções mais saudáveis crescendo dia a dia, os pesticidas naturais representam hoje o mercado de proteção de cultivo que mais cresce. Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o uso desse tipo de produto aumentou 70% no Brasil em 2018; e o resultado nacional supera o internacional, no qual o uso de defensivos alternativos cresceu 17% no mesmo período.

Por estarmos em um país tropical, o clima propicia o desenvolvimento e a proliferação de insetos e pragas. Atualmente, esses inimigos da agricultura são combatidos em sua maioria com o uso de pesticidas químicos, mas o mercado internacional vem colocando restrições cada vez maiores a produtos tratados com agroquímicos, principalmente o europeu, no qual a busca por produtos com menos resíduos químicos está em crescimento.

Dessa forma, um dos grandes desafios do agronegócio brasileiro nos próximos anos será reduzir a utilização de pesticidas químicos, para os quais os biopesticidas podem ser uma alternativa vantajosa.

O que são biopesticidas

Os biopesticidas são defensivos derivados de matérias naturais e podem ser divididos em dois tipos: macrobiológicos, que são insetos, ácaros e outros macrorganismos capazes de eliminar as pragas naturalmente; e os microbiológicos, como bactérias, fungos e vírus — estes são os mais procurados atualmente no Brasil. Segundo o Mapa, existem no mercado nacional 256 produtos que oferecem baixa toxicidade; só em 2018, 52 novos produtos foram liberados para uso.

Vantagens dos biopesticidas

As duas maiores vantagens do uso desse tipo de produto estão no fato de oferecerem mais saúde para o meio ambiente e para os consumidores dos alimentos. No caso do meio ambiente, os biodefensivos, como também são chamados, evitam a contaminação do solo e da água, garantindo benefícios para os produtores e para a sociedade.

Os biopesticidas garantem também uma produção livre de resíduos químicos. Vivemos em uma sociedade cada vez mais preocupada com a saúde, e isso se reflete no agronegócio, já que a tendência a buscar uma alimentação mais equilibrada e saudável impele os produtores a encontrarem alternativas menos agressivas à saúde.

Além disso, os pesticidas orgânicos ajudam a reduzir custos de produção. E essa redução vem de duas fontes: diminuição na compra de defensivos químicos, já que eles têm preço mais elevado e demandam mais aplicações do que os biológicos; e aumento da produtividade. Quando são aplicados pesticidas químicos, muitas vezes o equilíbrio biológico do ambiente é alterado, causando a eliminação de inimigos naturais das pragas e afetando o solo. Com a utilização de biopesticidas não ocorre desequilíbrio e há aumento da produtividade.

Desafios dos biopesticidas no mercado brasileiro

A grande desvantagem dessas soluções é a demora para que cheguem ao mercado brasileiro. Assim como acontece com os defensivos químicos, os biodefensivos sofrem com a demora para a liberação pelos órgãos competentes. Esses produtos seguem o mesmo padrão de exigência dos pesticidas químicos para a liberação, ou seja, são analisados pela Anvisa, pelo Ibama e Ministério da Agricultura. O problema é que esse processo ainda precisa de ajustes para que seja mais eficiente.

Um dos maiores entraves é falta de acesso os biopesticidas. Uma pesquisa da Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico (ABCBio) apontou que 43% dos produtores desconhecem produtos para controle biológico de pragas e apenas 39% fazem uso de algum produto desse tipo em seus cultivos. Ainda segundo a ABCBio, a área de plantio nacional em que são utilizados pesticidas biológicos é de cerca de 10 milhões de hectares, um número pouco expressivo se comparado aos 77,4 milhões de hectares plantados no País.

Outro grande desafio está justamente no tamanho da área plantada no Brasil. Enquanto na Europa o uso de biopesticidas é facilitado devido às pequenas áreas a serem defendidas, aqui, devido às grandes proporções das áreas agricultáveis, o uso desses recursos ainda precisa ser adaptado com mais sucesso.

O caminho a percorrer para que tenhamos um plantio mais limpo e sustentável é longo, mas com estudos, maior oferta de produtos e tecnologias é possível que o agronegócio brasileiro desponte como líder nesse segmento.

Fonte: Ministério da Agricultura.

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