Entenda quais são as tendências do mercado da laranja para a nova temporada e como se preparar para o que está por vir
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A área plantada de laranja não deve ter investimentos significativos em 2022. Devido às preocupações com o clima e a baixa produtividade do fruto na temporada 2021/2022, muitos citricultores tiveram as receitas restringidas e não terão a possibilidade de expandir o mercado com a nova safra.
A expectativa é que a produção de 2022/2023 venha com boas floradas, como foi observado inicialmente, porém é preciso ressaltar que ainda existe uma grande preocupação entre os produtores rurais quanto às condições climáticas. Recentemente, algumas plantas foram debilitadas pela seca, e a possibilidade de volta do La Niña pode manter irregulares as chuvas em São Paulo.
Independentemente do que anda acontecendo no campo, a previsão é que a demanda industrial de laranja siga em alta em 2022. O problema é que o Brasil enfrenta baixos estoques iniciais, o que significa que uma safra volumosa precisará ser colhida para que o comércio retome um nível confortável.
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A grande esperança brasileira vem das chuvas ocorridas no cinturão citrícola — área que abrange municípios de São Paulo e Minas Gerais —, o que tem favorecido as floradas e o enchimentos dos frutos nos pomares. Entretanto, ainda é relativamente cedo para afirmar que esses números serão suficientes para reverter os danos da estiagem prolongada entre 2020 e 2021.
Em fevereiro, os preços da laranja seguiram firmes no mercado. Enquanto a caixa de 40,8 quilos de laranja indústria se manteve em torno de R$ 29,26, a caixa da fruta para consumo in natura estava sendo comercializada por R$ 38,03.
Não foi só o Brasil que enfrentou problemas com as safras de laranja nos últimos anos, já que o mesmo aconteceu com outros países produtores do fruto. Tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, a safra de 2021/2022 terminou em queda devido ao clima adverso.
Por outro lado, México e Turquia, países historicamente importantes no cenário mundial citrícola, tiveram sorte. Ambos apresentaram, respectivamente, safras 15% e 40% maiores na última temporada, o que fez que eles aumentassem consideravelmente as participações no mercado internacional de suco de laranja.
Segundo um levantamento feito pela Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), existe a possibilidade de faltar suco de laranja no mercado internacional para a próxima temporada. De acordo com o estudo, 126.574 toneladas de suco brasileiro estarão armazenadas em posse das associadas da entidade ao fim do período.
O volume estocado por empresas como Citrosuco, Cutrale e LDC foi reduzido em mais da metade em apenas um ano, uma vez que o estoque das companhias em 2021 era de 316.929 toneladas. Sendo assim, o volume de suco disponível não deve ser suficiente para abastecer o mercado internacional até meados da safra 2022/2023.
O reflexo dessa escassez já pode ser sentido nas bolsas de valores. Em fevereiro, a bolsa de Nova York acumulou valorização de 22% nas cotações da fruta.
Fontes: Bloomberg, Banco do Brasil, HF Brasil