Como deve ficar o clima em outubro no Brasil?
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Depois da primavera atípica, com baixo nível de chuvas de 2020, e o agravamento da crise hídrica e das queimadas, é grande a expectativa da volta à normalidade para a primavera 2021. Especialistas afirmam que o volume de chuvas deve voltar a níveis próximos da normalidade, porém estes serão distribuídos de maneira irregular.
Apesar de algumas chuvas pontuais nas Regiões Norte e Sul, as chuvas da primavera já estão atrasadas, mas em grau menor do que na comparação com o ano passado. A coordenadora geral de meteorologia aplicada do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Márcia Seabra, afirma que o padrão de bloqueio do início das chuvas foi quebrado e que, apesar do atraso no início das chuvas, a situação deve se normalizar na segunda quinzena de outubro na maior parte do País.
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Chuvas e La Niña na primavera
O fenômeno La Niña deve continuar até março de 2022, mas com efeitos mais moderados. Dessa forma, a tendência de chuva abaixo da média no Sul e em áreas de São Paulo e acima da média no Sudeste e no Centro-Oeste do Brasil deve continuar, mas não tão extremadas como no ano passado.
Uma das preocupações de produtores e especialistas é que as chuvas acima da média sejam distribuídas em poucos dias, deixando longos períodos de seca nos intervalos.
Outras características das chuvas para esta primavera é a dificuldade da distribuição da umidade da Amazônia pelo País, causada pelo avanço das queimadas e do desmatamento. Esses efeitos impedem a formação dos “rios voadores” e acabam causando chuvas mal distribuídas pelo País.
Durante o evento Prognóstico Climático da Primavera 2021, o Inmet divulgou dados dos volumes pluviométricos de 1960 a 2020, nos quais se observa uma diminuição média de 28 milímetros de chuva no Brasil na estação, as regiões mais afetadas foram a Centro-Oeste e a Sudeste.
A ausência das chuvas no final de setembro e nos primeiros dias de outubro impacta diretamente os plantios de primavera. Apesar de as regiões agrícolas já estarem liberadas para plantar, a falta de umidade do solo impede a germinação das sementes.
Frente fria
Já na primeira semana de outubro a chegada de uma frente fria deve trazer altos volumes de chuva ao Sudeste, Mato Grosso e sul de Goiás. A Região Sul também deve ser afetada, e a instabilidade no clima pode gerar granizo. No centro do Brasil e na Região Norte, também deve chover forte, mas de maneira rápida e localizada. As precipitações ganham volume no final do mês nessas áreas.
Temperatura
Apesar da frente fria da primeira semana de outubro, a expectativa é que as temperaturas da primavera se mantenham pouco acima da média histórica em todo o País. Na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), as temperaturas devem ficar dentro da normalidade.
Agropecuária
Para os pecuaristas, a chegada da chuva pode ser um complicador. Enquanto a China não liberar a importação da carne brasileira, após a suspensão devida aos episódios da “doença da vaca louca”, o gado segue em confinamento. Nesse cenário, as chuvas dificultam o manejo do pasto e a capacidade de retenção.
Preocupação com o clima
Para a safra 2021/2022, a preocupação com o clima aumentou drasticamente. Isso porque os efeitos climáticos inesperados do último ano fizeram a produção de grãos no País ser 6% menor do que a esperada. A redução foi de 16,4 milhões de toneladas, o equivalente a toda a produção de São Paulo e Santa Catarina, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Fonte: Summit Agro, Agro em Dia, SBA, Portal do Agronegócio, Clima tempo, Rural Pecuária, Tempo.
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