Como a produção de mel pode ajudar a preservar a Mata Atlântica?

7 de julho de 2022 3 mins. de leitura
A meliponicultura colabora para preservar biodiversidade da Mata Atlântica e gera renda para pequenos produtores rurais

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A produção de mel pode ser uma forte aliada para preservar a Mata Atlântica ao mesmo tempo que gera renda para os produtores rurais. Mais de 200 espécies de abelhas nativas são responsáveis por polinizar cerca de 90% das árvores do bioma, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

A meliponicultura, que utiliza abelhas sem ferrão, perdeu espaço entre os produtores rurais com a introdução das espécies europeias e africanas, que têm ferrão e são utilizadas na apicultura. As melíponas ficaram restritas às propriedades mais tradicionais em algumas regiões do País.

No entanto, as abelhas nativas apresentam algumas vantagens, como menor risco de acidente, podendo ser criada por pessoas alérgicas, tendo um custo mais baixo para implantação e oferecendo um mel mais valorizado comercialmente.

Abelhas pela preservação da Mata Atlântica

Praticamente todo o território do Paraná e Santa Catarina estão inseridos dentro do bioma Mata Atlântica. (Fonte: Shutterstock)
Praticamente todo o território do Paraná e de Santa Catarina estão inseridos dentro do bioma Mata Atlântica. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

O Novo Código Florestal, promulgado em 2012, estipula que as propriedades rurais na Mata Atlântica devem recuperar, recompor e manter preservados 20% de sua área.

O bioma ocupava todo o litoral leste do Brasil e se tornou o ecossistema mais degradado, portanto pode ser o conjunto de flora e fauna mais beneficiado pela meliponicultura.

As abelhas sem ferrão, de forma geral, são altamente dependentes da flora nativa, com uma relação íntima de interdependência. Enquanto as árvores precisam do serviço de polinização das melíponas, os insetos dependem dos vegetais para se nutrir. Assim, as abelhas aceleram a regeneração das matas à medida que se alimentam delas.

A criação das abelhas não só gera uma renda extra, como reduz os custos de recuperação ambiental e, ao mesmo tempo, proporciona a exploração econômica de áreas que devem ser conservadas.

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Meliponicultura para conservação

Meliponário recebe visitas para ações educativas. (Fonte: PEI/Divulgação)
Meliponário recebe visitas para ações educativas no Parque Ecológico Imigrantes (SP). (Fonte: PEI/Divulgação)

Várias iniciativas visam associar a prática da meliponicultura a ações socioambientais. Em São Bernardo do Campo (SP), o projeto Pró-Mel SBC capacita moradores carentes do entorno do Parque Ecológico Imigrantes (PEI) para gerarem renda com a produção de mel. O local é uma das maiores áreas remanescentes da Mata Atlântica na região metropolitana da capital paulista.

O projeto Poliniza Paraná promove a reintrodução de abelhas nativas em parques urbanos para evitar a extinção das espécies e promover educação ambiental. Com mais de 6 milhões de hectares preservados, o Paraná tem a maior área remanescente da Mata Atlântica do Brasil.

No oeste do Estado, meliponicultores buscam o registro da Indicação Geográfica (IG) do mel produzido no Parque Nacional do Iguaçu (PR). O projeto vem sendo desenvolvido desde 2018 e envolve a produção a partir das folhas de louro, vassourinha, unha-de-gato e cambará, que são plantas nativas da região. Mesmo sem uma parceria formal, a área de preservação acaba sendo beneficiada.

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Fonte: Ciclo Vivo, Agência Estadual de Notícias do Paraná (AEN), Agência Sebrae

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