Movimento para proteger as abelhas

28 de agosto de 2019 2 mins. de leitura
Colmeia Viva é uma iniciativa do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) que busca combater uso incorreto de pesticidas
Uso incorreto de pesticidas é uma das causas da morte das abelhas (Foto: Getty Images)

A mortandade das abelhas é um fenômeno mundial. Há registros de perdas de colmeias em diversos países e várias possíveis causas, que incluem mau manejo, doenças, aquecimento global, desmatamento e uso de agrotóxicos. Estima-se que 75% da produção agrícola mundial dependa da ação das abelhas. Algumas culturas – como melão, maracujá e cacau – não existiriam sem o trabalho dessas polinizadoras.

Como forma de combater o problema, em 2014 o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg) iniciou o movimento Colmeia Viva, com 15 empresas signatárias. Em parceria com pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e da Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), o projeto elaborou um extenso Mapeamento de Abelhas Participativo (MAP) no estado de São Paulo, e chegou a análises reveladoras.

 “Encontramos usos fora da indicação de bula, com doses acima do recomendado e em culturas para as quais alguns agrotóxicos não estavam autorizados”, afirma Roberta Nocelli

De 88 coletas de abelhas mortas, 59 amostras tinham resíduos de produtos químicos, sendo 21 de uso incorreto de defensivos na lavoura, 27 com suspeita de uso fora da lavoura e 11 com dados inconclusivos. “Encontramos usos fora da indicação de bula, com doses acima do recomendado e em culturas para as quais alguns agrotóxicos não estavam autorizados”, afirma Roberta Nocelli, professora do Centro de Ciências Agrárias da Ufscar e responsável pelo laboratório de estudos sobre abelhas e serviços ambientais.

Outra constatação foi a aplicação incorreta dos agroquímicos. “Produtos autorizados para aplicação em sementes ou em sulcos da terra foram aplicados por pulverizador costal, trator e, às vezes, por avião”, diz a pesquisadora. “Se o produto é usado no solo, de forma correta, a probabilidade de afetar é muito pequena”, explica.

Os resultados do MAP foram apresentados em 2018 e deram origem ao Plano Nacional de Boas Práticas com metas a serem alcançadas até 2020. O plano é focado em nove estados (SP, RS, PR, SC, MS, MT, MG, BA e GO), regiões expressivas na produção de mel e no uso de pesticidas

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