CNC busca antecipação de recursos para produtores de café

8 de maio de 2020 4 mins. de leitura
Funcafé tem orçamento de R$ 5,71 bilhões para 2020, que devem ajudar os produtores a financiar a colheita

Os mais variados setores do agronegócio foram afetados pela pandemia do novo coronavírus, e com o café não foi diferente. Embora a colheita deva ocorrer normalmente, com os devidos cuidados, alterações no mercado e nos preços do café podem fazer com que os produtores fiquem mais vulneráveis financeiramente. Em vista disso, o Conselho Nacional do Café (CNC), que reúne cooperativas e produtores de todo o Brasil, tem pleiteado junto ao Ministério da Agricultura (Mapa) a liberação antecipada dos recursos do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), espécie de linha de crédito para os cafeicultores, para a safra 2020-2021.

As negociações estão sendo lideradas pelo presidente do CNC, Silas Brasileiro, que afirmou em nota que os recursos são essenciais para que os cafeicultores e as cooperativas possam honrar seus compromissos com fornecedores e trabalhadores. Além disso, o dinheiro é essencial para que o setor possa ter liquidez — ou seja, dar vazão à produção —, em especial quando a colheita alcançar seus maiores volumes (entre a segunda quinzena de maio e o início de junho). O Funcafé também é importante para financiar a estocagem da produção, equilibrando a oferta de café no mercado e, como consequência, seu preço.

Fonte: Pexels
(Fonte: Pexels)

Os recursos do Funcafé para a safra 2020-2021

Conforme definição do Ministério da Agricultura, o Funcafé deve liberar 5,71 bilhões de reais em financiamentos para os produtores, ao longo da safra 2020-2021.

Esses recursos estão divididos da seguinte forma, entre as linhas de crédito: R$ 1,6 bilhão para financiamento de custeio; R$ 2,3 bilhões para estocagem; R$ 1,15 bilhão para aquisição de café; R$ 650 milhões para capital de giro; R$ 10 milhões para recuperação de cafezais danificados. De acordo com o CNC, o volume é 17,2% maior que o liberado na safra anterior.

Quanto à liberação dos recursos, o presidente e seu conselho estão em negociações com o Ministério da Agricultura e a chefe da pasta, Tereza Cristina, desde meados de março. A partir disso, aconteceram progressos substanciais, sinalizando que os financiamentos deveriam chegar em breve às mãos de quem mais necessita: os produtores.

De acordo com nota divulgada ainda em março, a ministra Tereza Cristina foi muito solícita e se mostrou comprometida em atender às necessidades dos produtores de café. Na primeira semana de abril, foi aberta a chamada pública para os agentes financeiros que desejem operar os recursos do Funcafé, antecipadamente. Esse processo deve ser concluído no final do mês.

Fonte: Pexels
(Fonte: Pexels)

Para os cafeicultores que precisam de financiamentos a curto prazo, para auxiliar na colheita que já está em curso, Brasileiro lembra que ainda há crédito disponível da safra 2019-2020. Restam R$ 812 milhões à disposição do setor cafeeiro, nos 35 agentes financeiros que operaram o Funcafé na safra anterior. São R$ 256,9 milhões para custeio, R$ 487,9 milhões para comercialização e aquisição de café e R$ 67,2 milhões para capital de giro e recuperação de cafezais danificados.

O que é o Funcafé?

Como explica o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), o Funcafé é uma espécie de “banco nacional para os cafeicultores”, com objetivo de financiar a colheita, equilibrar a oferta do produto no mercado nacional e auxiliar os cafeicultores em momentos de dificuldade, por meio de financiamentos. Segundo Brasileiro, o fundo é “uma fonte importantíssima de crédito para custeio da lavoura cafeeira, remuneração dos trabalhadores do campo e estocagem do café”.

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Fonte: Conselho Nacional do Café (CNC).

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