Em março, os dias se tornam mais curtos e frios, e o verão dá lugar ao outono
Publicidade
Março marca a transição do verão para o outono com alterações climáticas importantes para o agronegócio, principalmente no Centro-Sul. A estação é caracterizada por redução da disponibilidade de luz solar, temperaturas mais amenas e diminuição de chuvas, enquanto as frentes frias podem começar a aparecer.
Esse período do ano é marcado também pelo início e pela finalização de lavouras das principais culturas de grãos do País, como soja, milho e feijão. Em muitas propriedades rurais, um cultivo é colhido para dar lugar à lavoura de outro grão. Durante a rotação das culturas, o clima se torna importante tanto para a colheita quanto para o plantio.
Agricultores devem se atentar à previsão do tempo da região para planejar de forma adequada a irrigação, a preparação do solo e outras atividades da semeadura. Também é preciso se preparar para colher no momento ideal e garantir a qualidade dos grãos, além de observar sinais de infestação de pragas para tomar medidas preventivas.
Durante março, o La Niña continuará perdendo força no Brasil. No entanto, o fenômeno climático que se iniciou em 2020 seguirá influenciando as precipitações e as temperaturas, principalmente na Região Sul. Segundo a Administração Nacional de Oceanos dos Estados Unidos (NOAA), a temperatura na superfície do Pacífico está próxima da neutralidade. Isso não significa, porém, o fim da estiagem no Rio Grande do Sul.
A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) aponta que as precipitações nas Regiões Sudeste e Sul devem ficar abaixo da média ao longo do mês, podendo afetar significativamente a soja e o milho de primeira safra e a cultura do arroz irrigado.
Nas demais regiões, o órgão prevê chuvas dentro ou acima da média na maioria do território, com bons índices de balanço hídrico no solo. No Matopiba, a manutenção da umidade do solo beneficia as culturas de soja, do milho de primeira safra e do algodão durante o mês.
Leia também:
A colheita de soja pode ser prejudicada pelo volume de precipitações, com chuvas acima de 50 milímetros em Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Maranhão, Piauí, além do norte de São Paulo e do sul de Minas Gerais. Produtores devem observar a previsão climática para colher os grãos antes que as máquinas fiquem impedidas de entrar na plantação por conta da água.
Nos milharais, a preocupação maior é com o aumento da infestação da cigarrinha-do-milho. O calor do fim do verão, com a crescente umidade por conta do enfraquecimento do La Niña, é o cenário propício para o crescimento da população da praga. Por essa razão, o monitoramento das lavouras é imprescindível para orientar a aplicação de defensivos agrícolas.
Produtores de algodão também devem se atentar ao excesso de chuvas. Apesar de a maioria das regiões ter concluído o plantio da safra atual, em importantes Estados produtores, como Mato Grosso, a semeadura segue lenta e pode ser prejudicada pelas precipitações.
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), MetSul Metereologia, Instituto Riograndense do Arroz (Irga), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Agência Estadual de Notícias do Paraná (AEN-PR)