Chuvas recentes nas regiões produtoras de mandioca facilitaram retomada da colheita da raiz entre maio e junho deste ano
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Com a chegada de chuvas mais intensas nas regiões produtoras de mandioca, sobretudo no Norte e Nordeste do Brasil, as atividades de colheita puderam retomar suas operações e movimentar o mercado.
Conforme analisado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), esse cenário elevou a oferta do produto no setor industrial e pressionou as cotações da mandioca.
Devido à oferta limitada e à demanda aquecida no começo do ano, os preços da mandioca vinham de uma constante de altas ocasionadas pelo déficit hídrico nos campos.
A retomada das atividades no campo fizeram o preço médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia alcançar a marca de R$ 472,71 entre os dias 31 de maio e 4 de junho — sendo R$ 0,8221 por grama de amido na balança hidrostática de 5 quilos.
Esse valor representa uma queda de 0,85% em comparação com a última avaliação feita pelo Cepea. Por outro lado, as cotações demonstraram uma discrepância muito mais significativa quando colocadas em termos reais. Segundo o cálculo aplicado pelo Índice Geral de Preços — Disponibilidade Interna (IGP-DI), o valor é 11,7% maior do que o mesmo período do ano passado.
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O IGP-DI é um cálculo feito pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getulio Vargas (FGV), que serve como termômetro para a inflação no Brasil. Além disso, ele é utilizado como referência para correções de preços e valores contratuais aplicados no comércio.
A falta de chuvas acabou sendo um grande problema para os agricultores brasileiros durante o primeiro semestre de 2021. Apenas com chuvas isoladas e de baixo volume sendo registradas no País nos últimos tempos, os produtores rurais tiveram maior dificuldade em dar prosseguimento às atividades do campo, como o plantio e a colheita — agora, retomada.
Por conta da crise financeira decorrente da pandemia de covid-19 e do aumento dos custos de produção da mandioca, os agricultores paranaenses decidiram diminuir a safra da raiz para 2021 — o que explica a baixa oferta do produto no começo do ano.
O estado é o segundo maior produtor de mandioca do Brasil, ficando atrás somente do Pará. Com acúmulos de dívidas gerados pelas últimas safras e a necessidade de financiamento para continuar o plantio, diversos produtores optaram por apostar em outras culturas nessa nova temporada.
De acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca (ABAM), a estimativa é de que a produção da raiz seja 30% menor na safra 2021/2022 em relação ao ano passado.
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Fonte: Cepea, Agro em Dia, Abam.