Clima favorece colheita de mandioca no 2° semestre de 2021

8 de julho de 2021 3 mins. de leitura
Chuvas recentes nas regiões produtoras de mandioca facilitaram retomada da colheita da raiz entre maio e junho deste ano

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Com a chegada de chuvas mais intensas nas regiões produtoras de mandioca, sobretudo no Norte e Nordeste do Brasil, as atividades de colheita puderam retomar suas operações e movimentar o mercado.

Conforme analisado pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), esse cenário elevou a oferta do produto no setor industrial e pressionou as cotações da mandioca. 

Devido à oferta limitada e à demanda aquecida no começo do ano, os preços da mandioca vinham de uma constante de altas ocasionadas pelo déficit hídrico nos campos.

Cotação em queda

Aumento de chuvas facilita colheita de mandioca no Brasil. (Fonte: Alf Ribeiro/Shutterstock)
Aumento de chuvas facilita colheita de mandioca no Brasil. (Fonte: Alf Ribeiro/Shutterstock)

A retomada das atividades no campo fizeram o preço médio nominal a prazo da tonelada de mandioca posta fecularia alcançar a marca de R$ 472,71 entre os dias 31 de maio e 4 de junho — sendo R$ 0,8221 por grama de amido na balança hidrostática de 5 quilos.

Esse valor representa uma queda de 0,85% em comparação com a última avaliação feita pelo Cepea. Por outro lado, as cotações demonstraram uma discrepância muito mais significativa quando colocadas em termos reais. Segundo o cálculo aplicado pelo Índice Geral de Preços — Disponibilidade Interna (IGP-DI), o valor é 11,7% maior do que o mesmo período do ano passado.

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O IGP-DI é um cálculo feito pelo Instituto Brasileiro de Economia (IBRE) da Fundação Getulio Vargas (FGV), que serve como termômetro para a inflação no Brasil. Além disso, ele é utilizado como referência para correções de preços e valores contratuais aplicados no comércio.

Crise hídrica

A falta de chuvas acabou sendo um grande problema para os agricultores brasileiros durante o primeiro semestre de 2021. Apenas com chuvas isoladas e de baixo volume sendo registradas no País nos últimos tempos, os produtores rurais tiveram maior dificuldade em dar prosseguimento às atividades do campo, como o plantio e a colheita — agora, retomada.

Alta de custos

Com pandemia e crise financeira, agricultores optam por diminuir plantio de mandioca. (Fonte: Shutterstock)
Com pandemia e crise financeira, agricultores optam por diminuir plantio de mandioca. (Fonte: Shutterstock)

Por conta da crise financeira decorrente da pandemia de covid-19 e do aumento dos custos de produção da mandioca, os agricultores paranaenses decidiram diminuir a safra da raiz para 2021 — o que explica a baixa oferta do produto no começo do ano.

O estado é o segundo maior produtor de mandioca do Brasil, ficando atrás somente do Pará. Com acúmulos de dívidas gerados pelas últimas safras e a necessidade de financiamento para continuar o plantio, diversos produtores optaram por apostar em outras culturas nessa nova temporada.

De acordo com a Associação Brasileira de Produtores de Amido de Mandioca (ABAM), a estimativa é de que a produção da raiz seja 30% menor na safra 2021/2022 em relação ao ano passado. 

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Fonte: Cepea, Agro em Dia, Abam.

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