Custo da ração para criação de bovinos leiteiros está levando pecuaristas a procurarem alternativas para economizar na alimentação do rebanho
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A alimentação representa entre 45% e 55% do custo total da atividade de criação de bovinos leiteiros de forma intensiva. O farelo de soja, resultado da extração de óleo do vegetal, é a principal fonte protéica utilizada nos concentrados de dietas para vacas leiteiras, mas a constante alta no preço do grão tem feito pecuaristas procurarem alternativas para a elaboração da ração dos animais.
Existem inúmeras opções de proteínas para a alimentação do gado de leite. O criador, contudo, deve ficar atento às diversas fases do animal para escolher a melhor nutrição para as vacas, pois a produtividade leiteira está diretamente ligada à ração consumida, já que as fontes proteicas compõem cerca de 20% de uma dieta padrão.
Apesar de proteínas serem importantes na composição, a nutrição do gado não deve ser composta apenas por elas; é importante que a dieta seja formulada por um nutricionista capaz de identificar os alimentos com os nutrientes que melhor atendam às necessidades dos animais, considerando a relação de custo-benefício de cada material.
Vacas em período de lactação devem receber alimento diferenciado do restante do rebanho. Para encontrar a dieta ideal, é preciso considerar fatores como peso corporal, produção de leite e estágio de parição. As pastagens podem oferecer níveis satisfatórios de nutrientes se houver pastejo intensivo durante o período chuvoso, dispensando a necessidade do uso de alimentos concentrados; no entanto, a suplementação concentrada se torna importante especialmente na estação seca, quando o valor nutricional da forragem diminui.
Dessa forma, durante a produção de leite, o concentrado oferecido às vacas deve apresentar mais de 20% de proteína bruta para compensar a deficiência da maior parte dos suplementos volumosos, que não atingem sequer 8% dos teores de fontes proteicas.
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A utilização de alternativas na ração de vacas leiteiras pode reduzir os custos da dieta sem gerar prejuízo na produção ou para a saúde dos animais. Entre os coprodutos proteicos mais utilizados para a substituição do farelo de soja, estão farelo de algodão e de amendoim e subprodutos da cadeia produtiva do milho.
O farelo de algodão é obtido a partir da extração do óleo das sementes do algodão, produto que pode ser usado para consumo humano e animal, é encontrado no mercado brasileiro com 38% de proteína e tem energia líquida para lactação inferior à do farelo de soja, que chega a 45%, mas tem valores mais elevados de fibra. Já o farelo de amendoim apresenta 50% de proteína bruta em média, e sua utilização em substituição ao farelo de soja deve ser avaliada com cautela pelo nutricionista, pois existe alto potencial de intoxicação; para evitar a situação, é necessária a retirada da ureia.
O milho já é comumente utilizado como fonte energética para vacas em lactação, mas alguns subprodutos de sua cadeia podem substituir o farelo de soja na dieta dos animais. Ao produzir etanol a partir do milho, a indústria retira o amido do vegetal, o que deixa como resultado subprodutos ricos em proteína que podem compor a dieta do gado leiteiro.
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Fonte: Milk Point, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Educa Point, Centro de Produções Técnicas (CPT).