Agronegócio sofre escassez de mão de obra qualificada - Summit Agro

Agronegócio sofre escassez de mão de obra qualificada

23 de março de 2023 4 mins. de leitura

Há quase 180 mil vagas disponíveis para atuar com tecnologia no agronegócio, enquanto existem apenas 30 mil profissionais capacitados no País

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O agronegócio no Brasil enfrenta dificuldades na contratação de mão de obra especializada, mesmo com o alto índice de desemprego no País. O setor precisa de 178,8 mil profissionais, de acordo com uma pesquisa realizada pela Agência Alemã de Cooperação Internacional, pela Universidade do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

No entanto, há uma lacuna considerável entre a oferta e a demanda de profissionais para a implementação de projetos digitais em propriedades rurais. Existem cerca de 32,5 mil profissionais qualificados disponíveis para atuar com dispositivos tecnológicos na agricultura nacional.

O agronegócio brasileiro está mais avançado do que o estadunidense e o europeu em digitalização e sustentabilidade, segundo uma pesquisa da McKinsey. Cerca de 40% dos agricultores brasileiros são digitalizados, e o País tem penetração de 80% no modelo de plantio direto sustentável, enquanto nos Estados Unidos a taxa é de apenas 50%.

Oportunidades no agronegócio

Um cientista e uma cientista analisando plantas em estufa com luz cor de rosa
Tecnologia tem impulsionado produtividade no agronegócio. (Fonte: This is Engineering/Unsplash/Reprodução)

A agricultura é responsável por um terço dos empregos no Brasil, representando mais de 20% do Produto Interno Bruto (PIB). Considerando o crescimento médio anual da produtividade de 3%, há aumento na demanda por profissionais na agricultura de precisão.

Os salários oferecidos ultrapassam dois dígitos, com salário médio nacional de gestor em agronegócio alcançando R$ 14 mil por mês, podendo chegar a R$ 26 mil. Apesar disso, faltam pessoas capacitadas para preencher as vagas.

Veja quais são as profissões emergentes no agronegócio.

1. Técnico em agricultura digital

A transformação digital na agricultura está gerando a necessidade de profissionais especializados em tecnologias digitais para criar soluções no campo. Um técnico em agricultura digital é treinado em sistemas agrícolas e Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs) para melhorar processos e buscar benefícios para as fazendas.

Com a crescente demanda por esse tipo de profissional, estima-se que pelo menos 112 mil técnicos em agricultura digital sejam necessários até 2030 para suprir a demanda das grandes fazendas. Esses especialistas precisam ter conhecimento da importância da sustentabilidade no setor para atender aos objetivos do desenvolvimento sustentável.

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2. Técnico em agronegócio digital

Pessoa negra mexendo no computador com óculos e copo de café ao lado
Profissionais digitais podem trabalhar fora da propriedade rural, desde que tenham conexão com a internet. (Fonte: Christina @ wocintechchat.com/Unsplash/Reprodução)

O técnico em agronegócio digital é capaz de gerir elementos do campo usando TICs fora da porteira, buscando aproximar as fazendas dos mercados. O profissional facilita a gestão com uso mais consciente de recursos, modernização de insumos e melhoria da qualidade de vida na propriedade rural.

Com mais informações, as fazendas podem ter atividade mais eficiente em aspectos como produção, finanças e manutenção. O profissional deve ser capaz de agregar o conhecimento da digitalização ao negócio para não perder espaço nas plataformas digitais, que são uma tendência do futuro para a comercialização de produtos agrícolas.

3. Engenheiro-agrônomo digital

O Brasil conta com 120 mil engenheiros-agrônomos, mas a grade curricular desses cursos ainda não inclui as tecnologias mais inovadoras, segundo o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea). O País precisará de pelo menos 74 mil profissionais com habilidades digitais para atender à demanda crescente.

Atualmente, há 23 cursos de especialização em Agricultura Digital cadastrados no Ministério da Educação, com 2,25 mil vagas anuais. Isso significa que será necessário expandir a capacitação de engenheiros-agrônomos com a atualização das grades curriculares, para não ter um “apagão digital” em grandes, médias e pequenas propriedades rurais.

Como trabalhar com agricultura de precisão?

Quem deseja ingressar no crescente mercado de agricultura de precisão deve procurar formação em instituições de ensino superior, além do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Na maior parte dos casos, a atividade é gratuita e pode ser realizada a distância.

Devido à falta de profissionais capacitados, algumas empresas oferecem formação remunerada, sendo uma ótima oportunidade para ingressar no mercado e aprender ao mesmo tempo.

Quer saber mais? Conheça a opinião de nossos parceiros especialistas sobre os principais temas do agronegócio.

Fonte: UFGRS/Senai, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)

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