Agronegócio brasileiro deve sair mais forte da crise

8 de maio de 2020 4 mins. de leitura
Em meio a pandemia do novo coronavírus, agronegócio brasileiro pode ter vantagens em relação a concorrentes

O agronegócio brasileiro deverá sair fortalecido da crise provocada pelo novo coronavírus, avaliam economistas e empresários. A competitividade da agricultura brasileira, o câmbio favorável, o investimento em tecnologia no campo e a confiança do mercado internacional no Brasil são vantagens em relação a outros concorrentes mundiais.

O Brasil deve alcançar o posto de maior produtor mundial de alimentos em 2020, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). Isso deixa o País em uma situação confortável frente ao mercado internacional.

Apesar da previsão de redução do consumo interno, as exportações do agronegócio brasileiro devem aumentar. Uma forte demanda deve vir dos países que foram mais atingidos pela epidemia. A China, por exemplo, está com estoques baixos de proteína animal, o que deve favorecer o milho e a soja brasileiros — componentes da alimentação dos rebanhos — por terem preços mais competitivos.

Em todo o mundo, entre as medidas governamentais mais comuns para contenção da crise, está uma grande injeção de dinheiro para sustentar a movimentação da economia e incentivar o consumo. Isso tem um impacto direto no maior consumo de alimentos, o que também favorece o agronegócio brasileiro.

Essa medida, no entanto, impõe pressões inflacionárias a maioria das economias do mundo. O que pode levar os investidores a buscarem opções mais seguras como ouro e commodities, trazendo mais recursos financeiros para o Brasil.

Agronegócio pode segurar a economia brasileira

(Fonte: Shutterstock)

A produção rural pode ser “o fiel” da balança para atenuar a forte retração prevista pelos economistas na economia brasileira, por causa dos efeitos provocados pela crise oriunda da pandemia do novo coronavírus. De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o agronegócio foi responsável por 21% do PIB nacional em 2019.

O setor agropecuário vem crescendo nos últimos anos, acima da média da economia nacional, afirma o Ipea. O desempenho do agronegócio é puxado pela produção de milho, algodão e ovos para o mercado interno, além do aumento das exportações de grão e de carnes bovina, suína e de aves.

Principais riscos para o agronegócio

(Fonte: Shutterstock)

O panorama geral para o agronegócio brasileiro é positivo. No entanto, o produtor deve ficar atento às movimentações do mercado. As previsões realizadas pelos especialistas estão baseadas no cenário apresentado atualmente, o que pode variar em um curto prazo.

Um dos riscos que devem ser observados pelo produtor agropecuário é a variação cambial. Como as importações de insumos agrícolas e as exportações são negociadas em dólar, uma eventual valorização do real pode reduzir os custos da produção, mas, ao mesmo tempo, pode diminuir o faturamento, a rentabilidade e a margem de lucro.

Dessa forma, o planejamento para compras de insumos e comercialização de produtos deve ser realizado com muita atenção, para aproveitar as movimentações cambiais e as variações dos preços internacionais das commodities. O ideal é conseguir comprar os insumos com dólar em baixa e vender a produção quando estiver em alta.

A prolongação do isolamento social no Brasil também apresenta riscos para o agronegócio no mercado interno. Uma quarentena por um maior período pode causar rompimento das cadeias de produção, apesar das medidas do Ministério da Agricultura para que isso não aconteça.

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Fonte: Agência Brasil.

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