Três plantas frigoríficas de Santa Catarina foram habilitadas e podem começar a exportar para o Canadá, importante mercado de carne suína premium
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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou a habilitação das três primeiras plantas frigoríficas para o mercado canadense. A notícia foi comemorada pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que sublinhou a importância do Canadá como grande consumidor de carne suína.
As plantas habilitadas ficam no estado de Santa Catarina, duas são da Seara Alimentos, nas cidades de Itapiranga e São Miguel do Oeste, e a terceira é da Cooperativa Central Aurora, em Chapecó. A ABPA espera que novas plantas sejam habilitadas em breve.
O Canadá é o terceiro maior exportador de carne suína do mundo; em 2021, o país exportou 1,5 milhão de toneladas. Apesar disso, também é um grande comprador, importando em média 250 mil toneladas anualmente. O perfil de compras canadenses são de carnes nobres e de alta qualidade, com produtos premium e cortes de barriga e costela.
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A notícia vem em um bom momento para os produtores, que buscavam uma alternativa de exportação da carne suína. Após a recuperação dos rebanhos chineses, depois de anos sofrendo as consequências da Peste Suína Africana (PSA), as compras do gigante asiático diminuíram, desequilibrando a balança comercial.
Com isso, o país ficou com um grande volume de carne estocada e o aumento da oferta pressionou a queda de preços. Segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a carne suína foi a única proteína animal que sofreu redução de preço nos últimos 12 meses. Entre junho de 2021 e junho de 2022, a carne de porco teve uma redução média de 5,52%, e, em comparação, o frango subiu 20,26% e a carne bovina 7,35%. O quilo de um pernil suíno custa até 30% a menos do que o de filé de frango.
Com a crise econômica e social no País, diversas proteínas animais saíram das mesas brasileiras e a carne de porco virou uma boa opção. Segundo levantamento do IBGE, o consumo médio de carne suína pelos brasileiros em 12 meses passou de 16,9 kg para 18 kg, o que marcou um recorde no país.
Além de ver as expectativas de aumento das exportações serem frustradas, os produtores também tiveram que lidar com o aumento do custo da produção. Cerca de 80% dos gastos dos produtores são com milho e farelo de soja para a alimentação dos animais. Portanto, o boom dessas commodities afetou diretamente a cadeia produtiva.
Com a retirada do milho ucraniano do mercado internacional, os estoque estão baixos e o preço está em alta. Os produtores que podem, optam pela exportação, principalmente em um cenário de real desvalorizado. A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) divulgou, na quarta-feira (06/07), que as exportações brasileiras de milho devem praticamente dobrar em relação a safra anterior e bater um novo recorde. Em 2020/2021, o Brasil exportou 20,8 milhões de toneladas de milho, e a estimativa de exportação na safra 2021/2022 é de 43 milhões de toneladas. A maior exportação anterior de milho foi em 2018/2019, quando o Brasil embarcou cerca de 41 milhões de toneladas.
Fonte: Compre Rural, Expansão, Suíno Cultura Industrial