Preço do boi se mantém estável em outubro - Summit Agro

Preço do boi se mantém estável em outubro

19 de outubro de 2021 4 mins. de leitura

As notificações de casos atípicos de “doença da vaca louca” e a suspensão das exportações à China não foram suficientes para derrubar o preço do boi em outubro

Publicidade

Conheça o mais relevante evento sobre agronegócio do País

A cotação do boi gordo se mantém estável em outubro. O preço da arroba, que chegou a ser cotado a R$ 315 em setembro, variou pouco, entre R$ 305 e R$ 300, após as confirmações dos casos atípicos da “doença da vaca louca” em frigoríficos de Minas Gerais. Quando os casos foram confirmados, no início de setembro, a China suspendeu a importação de carne bovina brasileira. A expectativa era de que o impacto nos preços seria maior, uma vez que o país asiático é o destino de 57% da carne bovina produzida no Brasil.

Com a confirmação de que a doença é do tipo atípico, que ocorre em animais de idade avançada e não é transmissível, os produtores optaram por aguardar a liberação das exportações para a China e, portanto, o preço não tem grande baixa. Os animais foram mantidos em confinamento em vez de serem disponibilizados para o mercado interno, com isso a oferta de animais para abate é baixa, e os preços são mantidos.

China é o destino de 57% dos bovinos brasileiros. (Fonte: Murilo Mazzo/Shutterstock/Reprodução)

Leia também:

Conheça a história da produção de algodão no Brasil

Quais são as principais commodities brasileiras?

Gesso agrícola: solução para crises hídricas no agronegócio

Os casos da doença em Minas Gerais

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) confirmou, no dia 4 de setembro, a ocorrência do “mal da vaca louca” em frigoríficos de Belo Horizonte e de Nova Canaã, em Minas Gerais. Após a confirmação, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) foi prontamente notificada e, logo em seguida, devido aos rigorosos protocolos de saúde entre China e Brasil, as exportações ao país asiático foram suspensas.

Em seguida, em nota, o Mapa divulgou que os casos eram da variante atípica, que ocorre de maneira espontânea e esporádica, não tendo relação com o tipo de alimentos ingeridos pelos animais e não causando problemas à saúde pública. Os dois casos aconteceram em animais de idade avançada que estavam em decúbito (deitados) para o descarte.

Frigoríficos que detectaram a doença foram temporariamente fechados. (Fonte: Mark Stebnicki/Pexels/Reprodução)
Frigoríficos que detectaram a doença foram temporariamente fechados. (Fonte: Mark Stebnicki/Pexels/Reprodução)

Com todos os protocolos sanitários cumpridos, os produtores aguardam a liberação das exportações para a China até o final de outubro.

A “doença da vaca louca”

A variante clássica da doença surgiu e causou preocupação nas décadas de 1980 e 1990, quando levou ao abatimento de 4 milhões de cabeças de gado no Reino Unido e à morte de dezenas de pessoas que haviam comido carne de boi contaminada. Suspeita-se que a doença tenha surgido porque as rações dos animais eram feitas utilizando restos de carne, miúdos e medula óssea, que podiam estar contaminados com príons, um tipo de proteína fatal aos bovinos. 

A doença, cujo nome oficial é encefalopatia espongiforme bovina (EEB), é conhecida popularmente como “doença ou mal da vaca louca”, porque é degenerativa e afeta o sistema nervoso do gado, causando agressividade e falta de coordenação. Os humanos que ingerem carne contaminada com EEB podem ser acometidos da Nova Variante da Doença de Creutzfeldt-Jakob (vCJD), que pode ser fatal. A doença pode ficar dormente por anos, mas ataca o cérebro progressivamente, causando sintomas como dificuldade locomotora e visual, perda de memória, cansaço e rápida perda de peso. Até hoje a doença matou 178 pessoas. 

Fonte: Farm News. 

Webstories