Peste suína africana: China ainda é bastante afetada pela doença

20 de abril de 2020 3 mins. de leitura
Estima-se que 60% do rebanho foram mortos pela doença, sendo o país um dos mais afetados na Ásia

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Além da pandemia de covid-19, os suinocultores chineses têm outra doença com a qual se preocupar: a peste suína africana, também conhecida pela sigla PSA. Embora a enfermidade tenha surgido em 2018, a situação se agravou no ano seguinte, atingindo outros países do sudeste da Ásia, como Vietnã, e até o leste da Europa. Na China, estimativas divulgadas pela agência de notícias Reuters trazem números alarmantes: 60% do rebanho teriam sido vitimados pela patologia, o que comprometeu severamente o fornecimento de carne suína no país, que é um dos principais consumidores dessa proteína em todo o mundo.

Em compensação, o Brasil foi muito beneficiado com essa situação. A peste suína africana foi uma das principais razões para um sensível aumento nos pedidos de carne suína nacional por clientes chineses. Dessa maneira, o país inclusive ultrapassou a Rússia e se tornou o principal mercado para os suinocultores brasileiros, em 2019, sendo responsável por 33,7% do volume exportado.

Rebanhos na Ásia foram severamente afetados pela peste suína
Rebanhos na Ásia foram severamente afetados pela peste suína (Fonte: Wikimedia Commons)

Esforços de recuperação da suinocultura chinesa

Com grande parte do rebanho morto ou contaminado pela doença, a China precisou recorrer a matrizes importadas para recomeçar a criação. Desde o início do ano, dezenas de aviões carregando mais de 11 mil suínos foram importados da Europa, de acordo com informações da Reuters, a maioria deles de empresas francesas de genética. Esses fornecedores estimam que mais de 150 aviões carregados de porcos precisarão viajar até a Ásia para que os rebanhos voltem aos níveis anteriores.

O Ministério da Agricultura chinês também está impondo rígidas normas sanitárias para acabar de vez com a peste suína em seu território. Embora o pico já tenha passado, o transporte de animais contaminados entre províncias, bem como a comercialização de porcos mortos pela doença podem fazer com que ocorra um novo surto. Por esse motivo, os governos locais estão sendo orientados a investigar esse tipo de conduta.

China está adotando normas sanitárias para conter peste suína
China está adotando normas sanitárias para conter peste suína (Fonte: Pexels)

Produção deve continuar em baixa

Mesmo com os esforços, analistas ouvidos pela Reuters acreditam que deve levar alguns meses para que a produção suína chinesa se recomponha. Dessa maneira, o Brasil continuará sendo a alternativa para fornecer o produto para os países do sudeste da Ásia.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) estima que a produção mundial de suínos deve apresentar queda em 2020, principalmente na Ásia, com crescimento apenas no Brasil, que não foi afetado pela peste. Portanto, por mais que os suinocultores devam ficar atentos para os movimentos de recuperação da China, é possível que aproveitem o elevado número de pedidos vindos desse país por mais algum tempo.

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Fonte: Reuters e Paraná Cooperativo.

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