Apesar da diminuição do volume das exportações de café, os lucros subiram em relação ao ano anterior
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Segundo dados divulgados pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o Brasil exportou, em 2021, 9,7% a menos de café do que em 2020 — foram 40,372 milhões de sacas de 60 kg. Apesar da queda nas exportações, a receita aumentou, pois as exportações movimentaram US$ 6,242 bilhões, isto é, 10,3% a mais do que o registrado no ano anterior.
Apesar da baixa no número da exportação, o volume exportado foi o terceiro maior da história. Com o preço internacional alto, o Brasil ainda conseguiu alcançar o melhor valor dos últimos sete anos com a exportação do grão.
Já se esperava que a temporada 2021/22 tivesse valores reduzidos quando comparado ao ano anterior. Isso devido ao fato do ciclo bienal do café, um acontecimento natural que faz que, em um ano, uma planta tenha alta produtividade e, no seguinte, ela esteja em recuperação, portanto produzindo menos.
Soma-se a isso as diversas intempéries climáticas que afetaram o Brasil nos últimos dois anos. O fenômeno La Niña, que causou secas e geadas que afetaram boa parte da produção nacional de café.
Além dos problemas climáticos e de quebra de safra, os produtores de café enfrentaram problemas logísticos para a exportação do grão. Gargalos logísticos no comércio marítimo impediram a embarcação de quase 3 milhões de sacas, segundo a estimativa de Nicolas Rueda, presidente do Cecafé.
O aumento do custo dos fretes, das rolagens de cargas, constantes cancelamentos de bookings, disputa por contêineres e espaço nas embarcações foram alguns dos fatores que prejudicaram os produtores brasileiros.
Com a tendência de normalização do comércio no fim do ano passado, o setor já viu um aumento no embarque das exportações.
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Em 2021, o Brasil teve a menor área de plantio de café registrada desde que o índice começou a ser mapeado. Foram 1,76 milhão de hectares plantados no ano, uma redução de 27% nas últimas décadas. No entanto, a produtividade nessas áreas aumentou e muito. Em 1997, a produção média era de 8 sacas por hectare, atualmente são 31,6.
Com isso, o Brasil assumiu o posto de maior produtor de café mundial. Segundo informações da Organização Internacional do Café (OIC), a participação brasileira nas exportações passou de 19% para 34% nos últimos anos.
O principal destino do café brasileiro continuou sendo os Estados Unidos. Cerca de 20% das exportações brasileiras de 2021, 7,781 milhões de sacas, seguiriam para o vizinho norte-americano.
Em segundo lugar, ficou a Alemanha, o país europeu comprou 6,539 milhões de sacas, que representaram 16,2% das exportações brasileiras. Em seguida, ficaram Itália, Bélgica e Japão, com importações entre 2,5 e 2,9 milhões de sacas.
A China também foi destaque em 2021, as importações do país asiático cresceram 65% e alcançaram um total de pouco mais de 333 mil sacas de 60 kg.
Fonte: Sobesp, bnews, 6 minutos, Alltech.