Conheça as possibilidades de exportação para os países árabes
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A Liga dos Estados Árabes é uma organização multilateral de 22 países independentes que adotam o árabe como idioma oficial. A população estimada dessas nações em conjunto é de mais de 200 milhões de pessoas. Muitos desses locais, como Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Egito, são grandes parceiros comerciais do Brasil, mas o comércio com a região ainda tem muito potencial de crescimento.
Entre os principais produtos exportados pelo Brasil para esses países, estão carne de frango, minério de ferro, milho, açúcar, carne bovina e soja. Os principais compradores do Brasil são os Emirados Árabes Unidos, o Irã (que é um país islâmico do Oriente Médio, mas sua população é de maioria persa, e não árabe) e a Arábia Saudita. Cada um deles é responsável por cerca de 20% das compras do mundo árabe.
Já as principais importações brasileiras são óleos brutos de petróleo, materiais betuminosos, adubos e fertilizantes, inseticidas, rodenticidas, fungicidas, herbicidas, reguladores de crescimento para plantas e outros produtos da indústria de transformação. Nesse caso, o país que mais vende é a Arábia Saudita, que exporta cerca de 45% do que o Brasil compra do Oriente Médio, seguido de Israel (24%) e dos Emirados Árabes Unidos (11%).
Somados, os países árabes são o terceiro maior parceiro comercial do Brasil, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China. O mercado tem muito espaço para expansão; alguns dos países têm isenção de vistos para brasileiros e outros têm legislações que facilitam a entrada de empreendedores estrangeiros. Os Emirados Árabes Unidos, por exemplo, têm até isenção de impostos sobre repatriação de lucros, o que impede a bitributação.
Porém, para explorar plenamente o potencial do comércio com o Oriente Médio, é preciso estar atento e seguir uma série de regras culturais.
Um dos principais fatores para conseguir exportar ao mercado árabe é ter o certificado Halal. A palavra “halal” significa permitido, lícito, tudo o que é autorizado pela Lei Islâmica (Shariah), que rege os hábitos e a cultura de todos que professam a fé islâmica.
Todos os alimentos são considerados Halal, exceto carne suína, animais abatidos fora dos preceitos recomendados pela lei, sangue ou produtos com sangue e bebidas alcoólicas ou que causem embriaguez e intoxicação.
Para que um animal seja abatido segundo os preceitos islâmicos, um cuidadoso ritual precisa ser seguido. Quando isso acontece, as empresas conseguem o certificado Halal e podem exportar para os países árabes. Entre as especificidades, os animais não podem estar com sede na hora do abate, devem ser abatidos por um muçulmano que já tenha alcançado a puberdade e, durante o ato, o nome de Alá ou uma prece devem ser recitados.
Além disso, a faca deve estar bem amolada e não pode ser afiada na frente do animal. O corte deve ser em meia-lua e é preciso cortar os três principais vasos do pescoço (jugular, traqueia e esôfago). A morte deve ser rápida e o sangue precisa ser retirado da carcaça.
Por todo o mundo, existem instituições que concedem a certificação Halal a empresas que pretendem exportar ao mundo árabe. Essas certificações são pagas, e as instituições fazem auditorias para garantir que os preceitos estão sendo cumpridos. No Brasil, as principais organizações que concedem o certificado Halal são a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira e a Fambras Halal.
O certificado não é emitido para produtos que afetem a saúde e o solo ou comprometam os recursos naturais. Aqueles que utilizam mão de obras escrava ou infantil também não podem receber o certificado Halal.
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Além das carnes, alguns outros produtos brasileiros são muito bem-vistos e podem até ganhar volume nas exportações, como frutas, perfumes, cosméticos e café. Apesar da alta concorrência e dos altos custos de transporte que acabam encarecendo os produtos para o consumidor final, o mercado árabe é conhecido por ter espaço para produtos premium e de luxo.
Principalmente nos maiores produtores de petróleo, como Emirados Árabes e Arábia Saudita, os produtos brasileiros gourmet têm preços maiores, mas mantêm boa vendagem, assim como os cosméticos, pela associação com as frutas e as florestas do Brasil. Outro mercado promissor é o de calçados, em especial tênis e chinelos de dedo.
Fonte: CNA Brasil, Comex do Brasil, Xport Jr, Invest & Export Brasil, Porto Gente.