Agronegócio garantiu superávit da balança comercial brasileira, enquanto outros setores da economia apresentaram déficit
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O agronegócio exportou US$ 148,2 bilhões entre janeiro e novembro de 2022 e importou US$ 15,8 bilhões no mesmo período. Com saldo positivo de US$ 132,4 bilhões, o setor agropecuário garantiu o superávit da balança comercial brasileira, uma vez que os outros segmentos econômicos somaram déficit de US$ 75 bilhões.
As exportações das commodities agrícolas bateram recorde em junho, quando foram embarcados US$ 15,6 bilhões. Desde então, o ritmo das vendas externas caiu lentamente. Em novembro, o agronegócio exportou US$ 12,6 bilhões; apesar disso, o resultado representa crescimento de 48,3% em relação ao mesmo mês de 2021.
A forte alta do valor das exportações no ano se deve ao crescimento de 17,5% no preço médio, de acordo com a Carta de Conjuntura divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Enquanto isso, o volume produzido avançou apenas 13%, em especial pelo desempenho da soja abaixo do esperado durante a safra de 2021/2022.
Os produtos do complexo da soja representaram 40% do total exportado pelo agronegócio brasileiro entre janeiro e novembro de 2022. Foram embarcados US$ 58,8 bilhões de grãos, farelo e óleo de soja, em crescimento de 28,5% em relação ao mesmo período do ano passado. A quantidade exportada caiu 1,7%, ao passo que o preço médio subiu 30,8%.
As carnes somaram 16% das exportações no intervalo, totalizando US$ 23,8 bilhões embarcados. As vendas externas de carne bovina foram o destaque do setor, com volume de US$ 12,1 bilhões, em crescimento de 43,1% em relação a 2021. A carne de frango teve alta de 29%, com US$ 8,7 bilhões enviados para o exterior.
Produtos florestais, como celulose, madeira e papel, tiveram US$ 15,3 bilhões exportados, sendo o terceiro grupo mais vendido, com crescimento de 22,3%. A exportação de cereais se aproximou de US$ 12 bilhões (alta de 209,3%), com destaque para o valor do milho, que avançou 209,7% e superou US$ 10 bilhões embarcados.
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A China continua sendo o principal destino das exportações do agronegócio brasileiro. O gigante asiático foi responsável por comprar um terço das commodities agrícolas exportadas. O segundo maior cliente dos produtos rurais do Brasil foram os países que compõem o bloco da União Europeia, com cerca de 16% do volume total.
Mato Grosso foi a principal origem dos produtos exportados, respondendo por aproximadamente 35% das vendas externas, seguido por São Paulo (15%) e Paraná (pouco mais de 10%). Minas Gerais e Rio Grande do Sul também mereceram destaque, cada um tendo participação de 9,5% na pauta de exportações brasileiras.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta produção de 312,4 milhões de toneladas para 2023, sendo um volume 41,5 milhões de toneladas maior do que o estimado para 2022. Soja e milho são os principais produtos agrícolas e devem representar quase 90% da safra.
Os embarques dos grãos da oleaginosa no próximo ano deverão totalizar 93 milhões de toneladas, segundo o quadro de demanda e oferta da SAFRAS & Mercado. Se confirmado, o volume será 20% maior do que o esperado para 2022, que tem exportação prevista de 77,2 milhões de toneladas, e 12% superior a 2021, quando foram embarcadas 83 milhões de toneladas.
Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Agrostat, Agência Brasil, SAFRAS & Mercado