Segundo as novas regras da Anac, os drones usados no agronegócio não terão mais limite de peso para voar
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A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) descomplicou as regras para o uso de drones no agronegócio. O órgão pretende implementar um modelo de desregulamentação para incentivar a inovação, impulsionar o mercado profissional e potencializar a utilização da tecnologia na agricultura e pecuária.
Até abril, os sistemas de aeronaves remotamente pilotadas (RPAs) categorizados como classe 3 e destinados à aplicação de defensivos agrícolas, fertilizantes, entre outros insumos, eram autorizados a decolar com um peso de até 25 quilogramas. Com a nova resolução da Anac, o limite de peso foi eliminado, implementando exigências mais simples para a autorização de voo.
A agência também criou uma câmara técnica para drones agrícolas, cujo objetivo é debater novas medidas para o setor, com a participação de técnicos dos fabricantes e operadores dos equipamentos. O órgão espera que o grupo possa desenvolver ações de promoção de segurança e elaborar guias para divulgar as boas práticas no uso dos RPAs.
Para usar drones no agronegócio, os equipamentos devem estar homologados pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e registrados na Anac. Os voos precisam obter autorização de uso do espaço aéreo junto à Aeronáutica, além de contar com avaliação de risco operacional e seguro com cobertura de danos a terceiros.
Os operadores e auxiliares devem ter, pelo menos, 18 anos de idade. A Anac permite a troca de piloto remoto durante o voo, mas cada profissional pode operar apenas um sistema RPA de cada vez. Os operadores estão sujeitos às regras da Aviação Civil que proíbe, entre outras coisas, a operação sob efeito de substâncias psicoativas, como álcool.
Veículos aéreos não tripulados (VANTs) podem sobrevoar somente áreas desabitadas, a uma altura de até 120 metros, e ficar no campo de visão do operador. Os equipamentos devem voar a uma distância horizontal mínima de 30 metros em relação a pessoas não envolvidas com a operação e não podem carregar substâncias inflamáveis.
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O Brasil tem 2,5 mil drones agrícolas registrados na Anac. Até 2026, esse número deve superar 90 mil aeronaves cadastradas no órgão, conforme estimativa do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag). Esses equipamentos contribuem para elevar a eficiência e reduzir os custos em grandes áreas rurais.
O uso de drones na agricultura proporciona maior eficiência operacional, reduzindo o tempo necessário para a realização de tarefas, como monitoramento e mapeamento de grandes áreas. Além disso, ajudam a reduzir o uso excessivo de insumos agrícolas, como fertilizantes e pesticidas, resultando em uma economia de custos para os agricultores.
Esses equipamentos aéreos também geram benefícios significativos para a pecuária, proporcionando um monitoramento eficiente de rebanhos, auxiliando na contagem de animais, inspeção de cercas e infraestrutura, busca e resgate de animais perdidos, monitoramento de recursos hídricos e segurança do rebanho.
A tecnologia pode ser utilizada também para o plantio de sementes, inclusive no reflorestamento e na recuperação de áreas degradadas. Em média, uma pessoa consegue plantar uma área de 1 hectare por dia, enquanto os drones são capazes de semear até 50 hectares no mesmo período, alcançando áreas remotas e de difícil acesso.
Fontes: Jornal Nacional, Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)