Agronegócio preocupado com sustentabilidade ambiental ganha destaque internacional e práticas brasileiras podem ser copiadas
Publicidade
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) divulgou um comunicado sobre o crescente interesse internacional pela agricultura sustentável brasileira. O chefe da Assessoria de Relações Internacionais (Arin) da Embrapa, Alexandre Amaral, passou o mês de abril representando a presidência do órgão em importantes reuniões na Índia e na França.
Segundo ele, há um aumento do interesse de governos, organismos científicos e multilaterais em relação ao potencial brasileiro em direção a uma agricultura mais sustentável.
Na Índia, Amaral esteve em Nova Délhi, em reunião com o Indian Council of Agricultural Research (Icar). Em seguida, o assessor visitou Varanasi, para planejar a realização da Reunião das Lideranças de Instituições Públicas de Pesquisa Agrícola — Meeting of Agricultural Chief Scientists (MACS) G20 —, cuja próxima edição deve ocorrer no Brasil, em 2024.
Segundo o comunicado, o governo indiano tem interesse em três principais pilares da agricultura sustentável brasileira, tanto para implementar as práticas como para fechar acordos comerciais. Lideranças do Icar buscam entender melhor a Agricultura de Baixo Carbono no Brasil, principalmente as experiências de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF). A ideia é reproduzir as medidas na Índia, principalmente em pequenas propriedades, e dar um salto na conservação ambiental do país.
Além disso, o governo indiano se interessa pelo desenvolvimento da agricultura digital brasileira e quer buscar meios de aplicá-la na agricultura familiar local. A última aproximação é no sentido do desenvolvimento de sistemas de produção de milheto para o consumo humano. No Brasil, o produto é usado exclusivamente para a produção de ração animal, mas os indianos querem pensar em estratégias para o consumo humano seguro com finalidade de garantir a segurança alimentar da população.
Amaral também representou a Embrapa na reunião da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) sobre Pensamento Sistêmico, Antecipação e Resiliência. A reunião debateu estudos desenvolvidos em conjunto entre a OCDE e o Instituto de Pesquisa Internacional (IIASA), sediado em Viena, na Áustria. A ideia desses estudos é desenvolver análises sistêmicas que apoiem políticas públicas em direção a um desenvolvimento sustentável.
Os institutos analisam cenários futuros em diversas partes do mundo onde ocorra o risco de falta de segurança alimentar, mudanças climáticas e eventos extremos, violência urbana e guerras. Nesse sentido, a agricultura sustentável pode ser uma forma de mitigar diversas crises potenciais na humanidade.
A agricultura sustentável é focada na produção de alimentos para seres humanos, gera menos poluição e ajuda na recuperação do meio ambiente. Essas características são vistas pela OCDE como um ativo para a formulação de qualquer política pública que vise o desenvolvimento de um mundo mais sustentável.
Leia também:
As missões da Arin incluíram reuniões com adidos agrícolas do Brasil na Índia e na França. Esses adidos sugeriram que a Embrapa amplie sua participação nessas iniciativas internacionais. Além disso, destacaram o trabalho do órgão em desenvolver a agricultura sustentável e baseada em ciência como uma referência na Europa e Ásia, sendo um ativo nas negociações entre o Brasil e essas regiões.
Uma das medidas do governo brasileiro para tentar potencializar a agricultura sustentável é fomentar a agricultura de baixo carbono por meio do Plano Safra. O projeto, que é o maior financiador da agricultura brasileira, costuma financiar majoritariamente grandes produtores, que muitas vezes optam pela exportação de commodities. O governo estuda aumentar os financiamentos para pequenos produtores, para a agricultura familiar e para agricultores que se adequarem às regras da agricultura de baixo carbono.
Fonte: Embrapa, Estadão Summit Agro