Apesar do avanço do PIB brasileiro em 2022, resultado do agronegócio sofre recuo de 1,7%
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O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil aumentou 2,9% em 2022, somando R$ 9,9 trilhões. Apesar de a economia brasileira ter crescido no ano passado, o resultado do agronegócio teve baixa de 1,7%. O resultado contrasta com a alta do segmento em 2021, quando registrou avanço de 8,36%, mas é melhor que as projeções que apontavam queda superior a 4%.
O principal produto da agropecuária brasileira, a soja, teve queda de 11% na produção e de 15,5% na produtividade, influenciando a geração de riquezas em todo o setor. O arroz, terceiro item mais importante, teve retração de 8,2% na temporada, com baixa de 5,2% na produtividade. As lavouras de fumo e de mandioca também apresentaram recuo.
Por outro lado, o milho, segundo cultivo com peso econômico, avançou 26% na produção e 15% na produtividade. O café teve aumento de 6,5% na produção em relação a 2021, enquanto a alta da laranja foi de 4,4% e da cana-de-açúcar, de 2,9%. O trigo também teve destaque, com aumento de produtividade de 9,4%.
A longa estiagem provocada pelo fenômeno climático La Niña gerou quebras de safra no início do ano, impactando negativamente o resultado do agronegócio. Nos três primeiros trimestres de 2022, a variação do PIB da agropecuária apresentou resultados negativos consecutivos, mas a sequência de queda perdeu força no quarto trimestre.
Entre setembro e dezembro de 2022, a riqueza gerada pelas lavouras e pela criação de animais reverteu a tendência e apresentou avanço de 0,3% em relação ao trimestre anterior. Isso aconteceu mesmo em um momento em que a economia nacional desacelerou e provocou resultado negativo de 0,2% para o PIB do Brasil no período.
Para o início de 2023, a expectativa é que o agronegócio volte a crescer. As compras externas subiram 38,3% em janeiro em relação ao mesmo mês do ano anterior, e os embarques avançaram 16,5%. Segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária, as exportações agropecuárias representaram 44,4% do resultado nacional.
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A participação do agronegócio no PIB brasileiro saltou de 12,8% em 2000 para 28,9% em 2021, de acordo com um levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) em parceria com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Para 2022, a estimativa é de que o número caia para 25%.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no entanto, a participação da agropecuária na economia brasileira saiu de 5,5% e chegou a 8,8% em 2021. Em 2022, o órgão calcula que o setor tenha alcançado R$ 675 bilhões, o que representa 7,9% do PIB brasileiro.
A diferença dos números é explicada pelos métodos utilizados por cada instituição. Para calcular o resultado da agropecuária, o IBGE considera apenas a produção da porteira para dentro, enquanto o Cepea e a CNA englobam os números de toda a cadeia produtiva do agronegócio, inclusive, insumos, indústria e serviços.
O agronegócio gera cerca de 20 milhões de empregos, o equivalente a aproximadamente 20% da população ocupada no País, conforme dados do Cepea. No segundo trimestre de 2022, enquanto o PIB do setor recuava, a cadeia produtiva gerou 839 mil novas vagas, no melhor resultado para o período desde 2015.
A maioria da população ocupada, mais de 8 milhões de pessoas, trabalha em fazendas. Entretanto, quando somados, os setores industrial e de serviços respondem por mais de 10 milhões de empregos no setor. Do total, cerca de 38% dos profissionais trabalham com carteira assinada, enquanto outros 31% atuam por conta própria.
Fonte: Agência IBGE de Notícias, Agência Brasil, Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq)