O que esperar das cotações dos produtos do agronegócio em 2023? - Summit Agro

O que esperar das cotações dos produtos do agronegócio em 2023?

6 de abril de 2023 4 mins. de leitura

Cotação dos produtos agropecuários deve registrar baixa em 2023, mas existem exceções

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Depois de um ciclo de alta da cotação das commodities agrícolas influenciado por três anos do fenômeno climático La Niña, pela pandemia de covid-19 e pela Guerra na Ucrânia, o movimento de preços parece começar a se reverter.

Enquanto o custo de fertilizantes e defensivos agrícolas começa a se estabilizar, as projeções para a atual safra indicam aumento de produção. No entanto, a previsão é de crescimento do consumo para a maioria dos preços praticados pelo agronegócio brasileiro.

Com base nas análises para o mercado agropecuário, reunimos as tendências dos principais produtos do setor. Confira quais são as projeções de cotações para 2023.

1. Soja

(Fonte: GettyImages/Reprodução)
Colheita da soja avança em Mato Grosso após trégua das chuvas. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

A cotação da soja deve sofrer diversas oscilações ao longo do ano, sendo afetada ainda pela Guerra na Ucrânia e pelas condições climáticas, sobretudo no Sul do Brasil. As cotações do mercado futuro da Bolsa de Chicago, principal local de comercialização da commodity, indicam oscilação negativa de 6% até o fim da safra atual.

2. Milho

O volume produzido de milho deve avançar 10% na atual safra, segundo a projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A expectativa para as demandas interna e externa também é de alta, com especial atenção para o aumento de volume destinado à produção de etanol. Isso deve manter a estabilidade na cotação do cereal.

3. Café arábica

O crescimento da produção de café arábica no Brasil, devido à bienalidade positiva e à melhoria climática, deve puxar as cotações para baixo em 12% em 2023. Além disso, a atual alta de preços e a desaceleração econômica mundial devem reduzir o consumo da bebida, pressionando ainda mais o recuo do preço.

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4. Cana-de-açúcar

O cenário é incerto ainda para a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar por conta da influência do mercado de petróleo. (Fonte: GettyImages/Reprodução)
Cenário ainda é incerto para produção de etanol a partir da cana-de-açúcar por conta da influência do mercado de petróleo. (Fonte: Getty Images/Reprodução)

A produção brasileira de cana-de-açúcar deve crescer 8% nesta safra em comparação à temporada anterior. Isso deve provocar recuo de 12% na cotação do açúcar bruto, segundo a pesquisa realizada pela Reuters. O preço do etanol ainda é muito incerto, pois depende da política de valores dos combustíveis.

5. Carne bovina

A carne bovina registrou em fevereiro queda de 1,22%, a maior dos últimos 15 meses, sob influência temporária da suspensão das exportações para a China. O mercado do boi está em franca expansão e deve abater 3,9% mais cabeças em 2023 em comparação ao ano anterior. Tudo isso indica a manutenção da baixa nas cotações.

6. Carne de frango

A produção de carne de frango deve crescer 2% em 2023, segundo projetou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), mas isso não deve baixar a cotação do produto, que avançou quase 50% no ano passado. Além da alta dos custos, as previsões apontam avanço de 0,8% no consumo per capita e de 2% nas exportações brasileiras.

7. Leite

A cotação do leite caiu ao longo do segundo semestre do ano passado, de acordo com um levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Devido a problemas climáticos e à alta dos custos com ração, a produção deve retrair, e o preço médio do produto e dos derivados deve voltar a crescer até o fim de 2023.

8. Ovo

O preço da caixa com 30 dúzias de ovos teve crescimento médio de 27% entre fevereiro de 2022 e fevereiro de 2023. A alta deve continuar, suportada pela redução da oferta e pelo aumento da demanda, até o fim do ano. Além disso, o valor pago pelo milho e pelo farelo de soja, que representam 70% dos custos de produção, deve se manter estável.

Fonte: Tribuna de Minas, Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq), Agência de Notícias IBGE, Diário do Comércio, Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)

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