La Niña segue influenciando o clima, e as chuvas podem diferir da média histórica em várias regiões do País
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O ano começou com o La Niña ainda influenciando o regime de chuvas e ventos no mundo. O fenômeno está, de forma incomum, entrando no terceiro ano de duração, mas deve perder força até março, segundo a Administração Americana de Oceano e Atmosfera (NOAA), órgão climático estadunidense. Até lá, o regime de chuvas no Brasil deve ficar alterado, podendo afetar importantes culturas agrícolas.
Segundo o Boletim Agroclimatológico, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), as chuvas devem continuar acima da média em grande parte do Norte e do Nordeste. A umidade carregada do Oceano Atlântico pelos ventos alísios deve causar chuvas ligeiramente acima da média no centro-norte do Maranhão, no Piauí, no Ceará, no sertão da Paraíba e no extremo sul da Bahia.
No Nordeste, a temperatura ficará próxima da média histórica em toda a região, com exceção do centro-leste do Maranhão, que terá temperaturas levemente menores do que a média climatológica.
Na Região Norte, as chuvas devem ficar iguais ou ligeiramente acima da média no oeste do Amazonas, no oeste de Rondônia, no sul do Tocantins e no extremo norte do Amapá e de Roraima. Já na região do Matopiba, as precipitações devem ficar abaixo da média em janeiro e irregulares em fevereiro. Isso deve impactar negativamente o armazenamento de água no solo, que esteve em alta desde novembro.
No Norte, a temperatura deve ficar próxima da média em quase toda a região. A exceção é o centro-leste do Maranhão, que deve ter temperaturas um pouco abaixo da média. Piauí e leste do Maranhão devem ser as áreas mais afetadas pela diminuição do armazenamento hídrico no solo. Lavouras que estiverem em estágios fenológicos mais sensíveis podem ser prejudicadas.
Na Região Sul, as chuvas devem ficar próximas da média na maior parte de Santa Catarina e do Paraná. Já no Rio Grande do Sul, a previsão é que o volume de chuvas fique perto ou abaixo da média. Essa estimativa é preocupante, já que o Estado sofre para se recuperar dos efeitos de uma longa estiagem. Soja, milho primeira safra e feijão são culturas que devem ser afetadas pelo clima no Rio Grande do Sul, onde também houve perdas significativas nas lavouras de tabaco.
A situação só deve começar a melhorar na segunda semana de fevereiro no Rio Grande do Sul. Os volumes de chuva começarão a se normalizar, mas ainda não serão suficientes para restabelecer o déficit hídrico. Existe previsão de que março também seja seco no extremo sul do País, com alguns modelos indicando que a situação pode se normalizar somente a partir de junho. Deve-se reforçar, porém, que quanto mais prolongada é a previsão, menor é a acurácia dela.
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No Sudeste, estão previstas chuvas ligeiramente acima da média ou próximas da média na maior parte de São Paulo. Em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e no Espírito Santo deve chover abaixo da média em janeiro e fevereiro. A situação é mais preocupante no norte de Minas Gerais e em partes do Espírito Santo, onde a precipitação abaixo da média deve deixar o solo com baixos níveis de água, então culturas em fases fenológicas mais sensíveis serão afetadas.
No Centro-Oeste, deve haver canalização da umidade oriunda da Região Norte, que vai afetar boa parte da área, principalmente no Estado de Mato Grosso, onde deve haver chuvas acima da média histórica no período. Já em Mato Grosso do Sul, na divisa de Mato Grosso com Goiás e no Distrito Federal deve chover abaixo da média histórica.