Preço avançou 27% em março e chegou a R$ 21,99 por quilo em Mato Grosso do Sul
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O preço do tomate voltou a subir nos supermercados brasileiros, chegando a custar R$ 21,99 em Campo Grande (MS). O produto foi o que mais contribuiu para a alta inflacionária dos alimentos no último mês, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A inflação de março de 2022 foi a maior desde 1994, antes da implantação do Plano Real. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 1,62%, com variação acumulada de 11,3% nos 12 meses anteriores. Juntos, os setores de transporte, alimentação e bebidas foram responsáveis por cerca de 72% do índice do mês.
Os alimentos para consumo em domicílio tiveram alta de 3,09%. O preço do tomate, que subiu 27,22% em março, contribuiu com 0,8% do índice. Nos últimos 12 meses, o fruto do tomateiro teve alta de 94,5%, ficando atrás apenas da cenoura, que subiu 116,17% no período.
A diminuição da oferta do tomate é a principal explicação para a alta de preços. O volume produzido vinha caindo desde 2020 por conta da pandemia, mas com o fechamento do comércio a demanda pela hortaliça despencou, o que levou à retração da área das lavouras.
Apesar disso, no ano passado a colheita teve resultado expressivo. O aumento da disponibilidade do fruto fez os preços baixarem, ficando abaixo dos custos de produção. Isso levou os produtores a reduzirem ainda mais a área plantada total, segundo informações do Grupo Hortifruti Brasil (HFBrasil).
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Já no início de 2022, o excesso de chuvas combinado com o calor intenso prejudicou as lavouras, especialmente nas Regiões Sudeste e Nordeste. Os dois fatores facilitaram a ocorrência de doenças nas plantações, o que derrubou a qualidade da hortaliça.
Além disso, março marca a proximidade do fim da safra de verão e o início da safra de inverno, que começa em abril no Sul e no Sudeste, período caracterizado por menor volume colhido.
O preço do tomate está em nível recorde, mas não deve diminuir no curto prazo. Em abril, o volume produzido deve continuar baixo, então a cotação da hortaliça só deve recuar a partir do segundo semestre, quando as fortes chuvas começarem a cessar.
A maior oferta do tomate deve ocorrer entre setembro e novembro, quando acontece a colheita da safra de inverno em Goiás e em São Paulo, Estados que respondem juntos pela metade da produção brasileira, segundo dados da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Ainda assim, é possível que o preço continue pressionado pelo resto do ano, uma vez que houve queda de 20% na área plantada entre 2020 e 2022. Por ser bastante sensível às variações de temperatura, o alimento também pode passar por novas altas, em caso de adversidades climáticas.
Referências: Agência IBGE de Notícias | Mídia Max | HFBrasil | HFBrasil | Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA)