Igualdade de gênero no agronegócio avançou, mas ainda há pontos a melhorar
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A crescente participação e visibilidade das mulheres no agronegócio faz elas buscarem seus direitos e conquistarem cada vez mais objetivos no setor. Essa conclusão foi feita com base na pesquisa sobre a participação feminina no agronegócio brasileiro divulgada no dia 14 de outubro, que foi realizada pela Agroligadas — um coletivo de mulheres ligadas ao agronegócio e sem fins lucrativos.
Com patrocínio da Corteva Agriscience, da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e do Sicredi, a divulgação foi feita para entender melhor como a participação feminina no campo acontece na perspectiva de quem a vivencia.
O levantamento foi realizado neste ano com 408 mulheres com idade média de 40 anos e residências espalhadas pelo Brasil. Entre elas, a maioria (69%) são proprietárias e/ou arrendatárias de terras. As demais são diretoras, gerentes ou administradoras (17%), empregadas ou supervisoras (16%), veterinárias, agrônomas ou zootecnistas (15%) ou estagiárias (4%).
No Brasil, o número de mulheres no agronegócio vem crescendo. Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que, de 2004 a 2015, a quantidade de trabalhadoras nos setores de insumos, agropecuária, agroindústria e agrosserviços passou de 24,1% para 28% do total de trabalhadores.
Diante dos dados apresentados no estudo da Agroligadas, pode-se concluir que o campo sempre contou com a presença feminina, mas, até pouco tempo, apenas em espaços secundários. A tomada de posições de liderança é recente e tem expectativas de avançar.
“Aquela pessoa que apenas apoiava o marido na atividade rural deu lugar à proprietária que faz a gestão da sua lavoura de ponta a ponta”, afirmou Geni Caline, presidente da Agroligadas, no comunicado de divulgação do estudo.
Apesar de, para 79% das entrevistadas, a questão da desigualdade de gênero no agronegócio ser melhor hoje do que há 10 anos, para 64% delas o problema ainda permanece. Para a maior parte, no entanto, a perspectiva de melhora desse cenário é otimista.
As principais preocupações dessas representantes estão em torno do desempenho dos negócios e da própria capacitação profissional. Em comum, 93% delas dizem sentir orgulho do trabalho, e 97% felizes com suas funções.
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A diferença salarial com relação aos homens, por exemplo, é percebida por pelo menos por metade delas. Além disso, constam dificuldades no acesso ao crédito, ao financiamento e às tecnologias de produção na comparação com a realidade masculina.
Algumas barreiras, como preconceito, desigualdade de gênero, falta de autonomia e poder de decisão, foram elencadas na pesquisa como pontos de atenção e melhoria. Contudo, a conclusão final é de que aumentar a participação das mulheres no campo favorece não só o avanço do setor, mas também ajuda a desenvolver a economia e a sociedade. Em outras palavras, isso representa um avanço para todos, não só para as mulheres.
Fonte: Agroligadas, Cepea.